A liberdade de Lula não é apenas justa, é também indispensável, porque só ele consegue aglutinar a todas as forcas indispensáveis para derrotar o golpe, seu governo e o regime de exceção que foi instaurado no país.
Não se deve subestimar o tamanho da derrota que a direita logrou impor. Não se deve subestimar a força que ela tem, contando com o monopólio privado da mídia, com grande parte do Judiciário e da Polícia Federal, do próprio Congresso. É uma forca que representa a minoria da população, mas que usa seus recursos da forma mais arbitraria e ditatorial possível.
Para derrotar essa força, para conquistar a grande maioria dos brasileiros, para vencer as eleições e colocar em pratica o desmonte das medidas impostas pelo governo golpista à revelia do povo, só com a força que o Lula pode congregar. Porque se trata de ganhar, com apoio maciço do povo, para triunfar, mas também de eleger um Congresso muito mais sensível à democracia e aos interesses do povo e do Brasil, realizar o referendo revogatório e uma nova Assembleia Constituinte, além da reativação da economia, a retomada dos programas sociais, a ocupação do lugar do Brasil nos Brics, entre outras iniciativas.
Todas as forcas de esquerda ou de oposição tem o direito de ter seus pré-candidatos à presidência. Mas nenhum deles poderia triunfar e menos ainda ter a forca necessária para governar nas condições atuais que o governo golpista produziu para o pais.
A esquerda brasileira deveria se unir em torno do Lula e este deveria organizar um amplo marco de alianças, que coubesse, em primeiro lugar, a todas as forças de esquerda, com um programa de reconstrução nacional. Será um governo de transição, de saída do regime de exceção, que se dedicara’, antes de tudo a desmontar os mecanismos desse regime e promover a democratização do pais, pelo referendo e pela Assembleia Constituinte. Desfazer todas as medidas antipopulares.
Lula tem demonstrado que é o dirigente político com mais espírito de unidade, mais além das diferenças que possam existir no campo popular. E, além disso, o único que tem perspectiva de dialogo e de trazer para a frente de reconstrução nacional, a outros setores políticos e sociais.
Por isso o tem preso, querem mantê-lo fora da disputa eleitoral, porque sabem da sua forca e do seu papel indispensável para a derrota da direita. Achavam que, preso, Lula desapareceria da cena politica. Se enganaram redondamente. A imagem do Lula não para de crescer, é uma ausência onipresente. Toda a vida politica nacional gira em torno dele. Seus inimigos não sabem mais o que fazer e o que dizer contra ele.
A manutenção da sua candidatura, os resultados cada vez mais favoráveis a ele nas pesquisas, deixam seus inimigos fora de qualquer equilíbrio. Tentam fazer dos seus desejos realidade, projetar objetivos que gostariam que fossem realidade. Montam pesquisas quase sem o Lula, mas onde ele está, ganha disparado.
Um líder assim não se inventa, não se cria do dia para a noite. As tentativas de excluir o Lula só fortalecer a ideia da sua candidatura, o apoio popular, indignado com o que fazem com ele. Todos querem ir falar com ele, todos querem ouvir sua palavra, mais vida do que nunca.
Só Lula pode derrotar o governo golpista, com sua mídia monopolista, com seu Congresso venal, com seus juízes que são mais militantes da direita do que quaisquer outras coisas. Só o prestigio nacional e internacional do Lula, o amor do povo por ele, a forçar moral e politica que ele tem, a experiência de sucesso em dirigir o país, a vontade férrea de reassumir as responsabilidades de recuperar o Brasil, a esperança presente no povo pela sua volta, são ingredientes indispensáveis para derrotar o golpe e resgatar o país, o que só o Lula pode fazer
Colunista do 247, Emir Sader