A
megaoperação batizada de ‘Cayenne’ realizada pela Polícia Civil, por meio da
Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção, na quarta-feira
(27), resultou na prisão de Paulo Giovanni Aires Lima, José de Ribamar Santos
Soares, Inaldo Damasceno Correa e Valmir Neves Filho, suspeitos de desviar
aproximadamente R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (Univima).
Com eles, a polícia apreendeu carros de luxo, joias
estimadas em mais de meio milhão de reais, relógios de marca, com unidades que
superam R$ 20 mil, dentre outros objetos e documentos, que apontaram que os
envolvidos levavam uma vida de ostentação e luxo, não condizente com os ganhos
declarados por eles.
Os ordenadores de despesa do órgão realizavam pagamentos
normais aos credores do órgão, que tinham contratos em vigor e que apresentaram
faturas a serem pagas.
Depois da emissão das ordens bancárias e de confirmar o
pagamento pelo banco, o responsável pelo setor financeiro cancelava o pagamento
no sistema Siafem e lançava novo pagamento, dessa vez, para empresas fantasmas,
usadas apenas para desviar os recursos públicos. A fraude foi realizada durante
três anos, sem que os gestores máximos dos órgãos impedissem a reiteração.
A quadrilha operou na Universidade Virtual do Maranhão no
período de 2010 a 2013. De acordo com o delegado Manoel Almeida, o suspeito
Paulo Giovanni Aires Lima, trabalhou no setor financeiro da Univima, de 2010 a
2011, quando teria sido substituído pelo servidor José de Ribamar Santos
Soares, que continuou operando sistema Siafem, de 2011 a 2012. Ele contou que
os funcionários recebiam um salário mensal de aproximadamente R$ 2,2 mil, o que
não condiz com a vida luxuosa que ostentavam.
“Com
o Paulo Giovanni apreendemos dois carros de luxos, sendo um Corolla e um
Fusion, mas pela consulta ao seu CPF, identificamos que o mesmo já possuiu
vários carros caros, como SW4, Hillux e até um Porsche Cayenne, avaliado em
aproximadamente R$ 300 mil. Na residência do suspeito encontramos, ainda,
joias, relógios, que se confirmado sua autenticidade podem custar mais de R$ 20
mil cada, ressaltando que a casa em que reside no Araçagi está avaliada em R$
2,2 milhões. O Paulo Giovanni nega o envolvimento no esquema e diz que trabalha
no ramo da construção civil, e pontuou que começou construindo e vendendo casas
populares e depois entrou no ramo de imóveis de luxo”, relatou.
José de Ribamar Santos, que também trabalhou no setor
financeiro da Univima e também recebia o salário de R$ 2,2 mil, também
ostentava negócios superiores ao seu pró-labore. Em nome do suspeito a polícia
identificou uma locadora de veículos, com aproximadamente 15 automóveis, entre
modelos populares, de luxo e até uma van que fazia viagens para o interior do
estado. José de Ribamar Santos é detentor de mais de 10 imóveis na Região
Metropolitana de São Luís, colocados em nome de parentes.
O empresário Valmir Neves Filho, é proprietário de várias
empresas e recebeu da Univima, entre 2011 e 2012, aproximadamente R$ 12
milhões. Já Inaldo Damasceno Correa, foi identificado como ‘laranja’ do
empresário e confessou, em depoimento, que teria recebido da Universidade R$
770 mil, referente a duas movimentações financeiras no ano de 2011, valor este
que teria repassado em seguida a Valmir Neves.
“De 2010 a 2012 uma das empresas de Francisco José Silva
Ferreira movimentou cerca de R$ 21,5 milhões no esquema envolvendo a
Universidade. Ele é proprietário de vários empreendimentos, carros de luxos,
uma pousada e um imóvel em Barreirinhas”, disse o delegado.
BLOGDONETO FERREIRA