Sarney Filho nega na CPI que Roseana recebeu dinheiro do esquema

O deputado pelo partido
Verde do Maranhão Sarney Filho, foi à sessão de acareação entre o doleiro
Alberto Youssef e o ex-diretor Paulo Roberto Costa nesta terça-feira (25) para
defender sua irmã, a ex-governadora Roseana Sarney. O parlamentar não se
conteve e chamou de “falsa” a declaração do delator Costa que reafirmou à CPI que providenciou repasse de recursos do esquema de
corrupção da Petrobras para a campanha eleitoral de Roseana, a pedido do
ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA), e disse que, durante uma ida ao Maranhão,
ela lhe havia confirmado que recebeu os valores.
Diante das declarações, que foram
usadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para abrir investigação
contra Roseana e o ex-ministro Edison Lobão, o deputado Sarney Filho foi à CPI
e pediu a palavra.
“É minha obrigação vir aqui repor a
verdade. Em nenhum momento a governadora confirmou qualquer tipo de coisa.
Exijo respeito pela história de vida da governadora, ao contrário da história
de vida de Paulo Roberto”, declarou o irmão da ex-governadora. Sarney
Filho não é membro da comissão, mas pode defender a peemedebista usando o tempo
regimental concedido a líderes partidários.
Costa
disse hoje na acareação com o doleiro Alberto Youssef que Roseana confirmou o
recebimento do recurso. Já o doleiro negou que tenha enviado valores para a
peemedebista. “Não entreguei nenhum valor ao (Edison) Lobão e à Roseana à
pedido do Paulo Roberto”, afirmou.
Divergências
Outra
divergência entre os delatores é sobre o pagamento de recursos para a campanha
presidencial de Dilma Rousseff em 2010 com intermediação do ex-ministro Antonio
Palocci. Costa diz que o repasse foi feito, mas o doleiro declarou que não
conhece o petista. Segundo Youssef, um novo delator vai detalhar o suposto
pedido feito por Palocci.
Pressão
O doleiro
foi questionado pelo petista Jorge Solla (BA) sobre o suposto esquema de
corrupção envolvendo Furnas e os tucanos de Minas Gerais, mais precisamente
sobre a participação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Youssef
disse que o esquema foi relatado a ele pelo ex-deputado José Janene (PP-PR).
Sobre
repasses ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o doleiro disse que a ele
coube apenas enviar o dinheiro. “Mandei dinheiro sim a Belo Horizonte, mas
não fui eu quem foi lá entregar. A mim não foi dito que era para o Anastasia.
Quem foi lá entregar foi o Jaime (de Oliveira), só ele pode dizer a quem
entregou.”

Vice vai à Justiça para assumir cargo na ausência da prefeita ‘ostentação’

Malrinete Gralhada a esq.
A vice da prefeita ‘ostentação’
de Bom Jardim, Malrinete Galhada (PMDB), impetrou
nesta quarta-feira (26), um
mandado de segurança no Fórum da cidade de Bom Jardim, para assumir a direção
da prefeitura do município, que ganhou destaque na última quinta-feira (20), com
a deflagração da operação Éden da PF, que prendeu o secretário
de agricultura de Bom Jardim, Antônio Cesarino, e o secretário de Assuntos políticos, Beto Rocha, que era companheiro da prefeita foragida Lidiane Leite,
ambos são apontados em um escândalo de desvios  de dinheiro público da prefeitura. 
Malrinete Gralhada afirmou que foi
impedida de atuar na gestão ainda na posse, e que
foi proibida inclusive de entrar na prefeitura. “Eu e o senhor Beto Rocha, firmamos um compromisso de trabalharmos juntos. Só que devido ele ter
sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa,  ele não pôde concorrer e colocou a esposa Lidiane para substituí-lo. Assim que passou a eleição eles romperam comigo, assim
como com outras lideranças também
”, explica ela.
Sem ser citada nas denúncias, Malrinete explica que nenhum
momento organizou complô para derrubar a prefeita. “Quem começou todo esse
processo foi a justiça, porque a promotora fiscalizou, ela foi nos locais, e
também a câmara municipal, que denunciou as irregularidades. Os pais de família
denunciaram, pois eles querem ver seus filhos na escola. Muitos tiveram
prejuízos com seus filhos sem aula. Foi uma união da população de Bom Jardim
clamando por socorro pedindo”, afirma.

A vice disse que está preparada para assumir
o cargol. “Estou esperando uma decisão da Justiça, e estarei pronta e preparada
para o que for necessário”, garante.

Giro policial


Agente
penitenciário é baleado ao reagir a assalto

O agente penitenciário Júlio César Mendonça, foi baleado durante
tentativa uma de assalto no Conjunto UpaonAçu, Paço do Lumiar. O crime
aconteceu nas proximidades da Avenida Contorno Norte, na manhã desta
quarta-feira (26).

Segundo informações, dois homens em uma moto abordaram a
vítima que estava na companhia de sua esposa e deram voz de assalto. Júlio César,  estava armado com
uma pistola, reagiu e acabou sendo baleado em uma das pernas. 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi
acionado, o agente penitenciário foi encaminhado para o hospital Clementino
Moura, (Socorrão II), na Cidade Operária onde está internado. Já os ladrões
acabaram fugindo. Esse foi o segundo caso de assalto registrado naquela área.
Já que na noite de terça-feira um homem que tentava assaltar as pessoas usando
uma seringa, acabou sendo linchado e morto naquele local.

Paço do Lumiar II: suspeito de
tentar assaltar morador é linchado

Um homem identificado por Elmary Silva Pereira (34), suspeito de cometer um assalto no Residencial Carlos Augusto, no município do
Paço do Lumiar (MA), foi agredido até a morte na noite dessa terça-feira (25).  
Segundo informações obtidas no local pela policia, o
desconhecido estaria com uma seringa assaltando as  pessoas nas proximidades
do ponto final da linha Upaon-Açu.
Logo em seguida, um grupo se reuniu e passou a espancar o homem com
golpes de facão, pedradas e pauladas. O meliante ainda tentou fugir do local, mas foi
perseguido e  cercado por um grupo na rua 11 do Residencial Carlos Augusto
onde acabou sendo morto.

Esse é o segundo caso de linchamento registrado na região
metropolitana de São Luís. o primeiro aconteceu em julho deste ano, o assaltante Cledenilson
Pereira da Silva, foi morto por várias pessoas ao tentar assaltar um comércio
no bairro São Cristóvão..

Justiça do MA determina retorno imediato de prefeito afastado por fraudes

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) suspendeu nesta terça-feira
(25) a decisão da juíza Mirella Cezar Freitas de afastar por 180 dias o prefeito de Anajatuba,
Helder Lopes Aragão, por suspeitas de fraudes em licitações. O desembargador
Luiz Gonzaga Almeida Filho determinou o retorno imediato à prefeitura por
entender que a permanência do gestor no cargo não prejudica a investigação do
caso.
O afastamento do prefeito se deu em decorrência de uma Ação Civil
Pública proposta pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) alegando que há
indícios de que as empresas contratadas pela prefeitura seriam de ‘fachada’.
Entre elas a A4 Entretenimento, M.R. Comércio e Serviços, Vieira e Bezerra Ltda.
e a Construtora Construir.
Segundo o MP-MA, não foram obedecidos dispositivos legais para
realização das licitações. Uma das empresas vencedoras teria sido criada 17
dias antes de vencer a concorrência pública para administrar uma verba de R$
865 mil.
O desembargador Luiz Gonzaga de Almeida ressaltou em sua decisão que
“eventuais provas das práticas ímprobas atribuídas ao agravante e aos outros
demandados já foram inclusive todas levantadas pelo Ministério Público
Estadual, alicerçando documentalmente a propositura da presente ação pelo órgão
ministerial, o que revela a injustificada permanência do afastamento do
agravante do cargo eletivo”.
Envolvidos
Além do prefeito, são citados por envolvimento no suposto esquema de desvio de
verbas o secretário municipal de Administração e Finanças, Edinilson dos Santos
Dutra, a secretária municipal de Educação Álida Maria Mendes Santos Sousa, o
secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Leonardo Mendes
Aragão, o secretário municipal de Saúde, Felipe Costa Aragão, e os vereadores
Marcelo Santos Bogéa e Domingos Albino Beserra Sampaio. Todos teriam praticado
atos de improbidade administrativa, causando danos ao erário e promovendo o
enriquecimento ilícito.

‘Prefeita ostentação’ já tem filho, é brigada com pai e teve vários casos

A prefeita do município maranhense de Bom Jardim,
Lidiane Leite (PP), que continua foragida desde a última quinta-feira
(20/08), após conseguir escapar de uma operação da Polícia Federal, esconde uma
verdadeira história de rebeldia com sua família, com a qual mantém distância até
hoje. Atualmente com 25 anos, completados no mês de junho, nasceu numa família humilde e vendia leite na porta
da casa da mãe para ajudar no sustento da família. As informações são do Portal 180.
A vida simples não serviu de lição para a jovem que
virou prefeita do município aos 22 anos. Em 2012, quando seu ex-namorado foi
impedido pela justiça eleitoral de concorrer a prefeito de Bom Jardim, o nome
dela foi colocado como candidata um dia antes da eleição, vencendo com 50,2%
dos votos válidos, uma vantagem de 286 votos à frente do candidato derrotado.
PREFEITA TEM FILHO DE OITO ANOS
Mas a história da loira, conhecida como ‘prefeita
ostentação’, esconde muitos segredos. Quando ainda era menor de idade, ela
engravidou de um fazendeiro da região. Quem até hoje cria a criança é sua mãe,
que mora no centro da cidade. O garoto hoje tem oito anos de idade e pouco
contato com a mãe. A avó da criança sobrevive das vendas de uma loja de roupas
em Bom Jardim. Lidiane é brigada com seu pai há muitos anos. Ele é separado da
mãe dela e vive do aluguel de imóveis na cidade de Parauapebas (PA).
Casos da prefeita
Quando ainda vendia leite na cidade, conheceu
Humberto Dantas dos Santos, o Beto Rocha, um fazendeiro com patrimônio de R$
13,9 milhões, que inclui carros de luxo, apartamento em São Luís e fazendas
milionárias. Os dois iniciaram um romance que refletiu na vida política. Quando
foi eleita, Lidiane nomeou o amado como secretário. Os dois romperam algum
tempo depois. Algumas pessoas da cidade dizem que foi Beto Rocha que terminou,
após perceber a ganância da jovem e até boatos de traição. Outros dizem que foi
ela quem terminou, por querer mais liberdade na prefeitura.
Lidiane e o ex-Beto Rocha
Segundo algumas pessoas informaram à reportagem do 180, após mudar completamente o visual através de
inúmeras cirurgias plásticas, Lidiane teve casos com homens poderosos do
Maranhão, como um deputado, um prefeito da região e o filho de um empresário.
Seu namorado atual é Felipe Carvalho do município de Santa Inês (MA), que fica
próximo a Bom Jardim.
Lidiane e o atual namorado
Vergonha da própria casa
Lidiane, segundo informaram moradores e pessoas
ligadas a prefeita, tinha vergonha de ir para a sua casa nos raros momentos que
ia para Bom Jardim. Ela preferia ficar na casa de amigos ou em um hotel que
pertence ao seu tio, e fica às margens da BR-316.
AS PRISÕES
Na última quinta-feira (20/08), a Polícia Federal
prendeu o ex-namorado de Lidiane, Beto Rocha, e o secretário de Agricultura,
Antônio Cesarino, por envolvimento de desvio de dinheiro da merenda escolar e
uma infinidade de outras irregularidades. Lidiane ainda é procurada e seus
advogados já tentam conseguir Habeas Corpus para tentar impedir que ela fique
presa.
POPULAÇÃO ASSUSTADA
A história de rebeldia com seus pais pouco importa
os moradores de Bom Jardim. Eles estão assustados é com o descaso com a
população que faz Lidiane ser rejeitada pela população da cidade. Tanto a
prefeita, como os 40 mil habitantes da cidade seguem com futuro incerto. Há
grande possibilidade de Lidiane voltar ao poder, mas isso só a justiça pode
definir. No município, moradores, vereadores e lideranças populares se unem
para derrubar a prefeita. Essa é prova genuína de que, quem é eleito
democraticamente, às vezes não tem condições de permanecer no cargo até o fim,
e de forma legal, deve ter seu mandato suspenso para não prejudicar ainda mais
a população.

Rigo Teles anuncia frente brigadista para Combater as queimadas em Barra do Corda

O deputado Rigo Teles (PV) anunciou,
nesta segunda-feira (24), durante pronunciamento na tribuna da Assembleia, que
o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão vai promover, a partir
primeiro setembro, uma frente brigadista para combater os incêndios provocados
pelas queimadas na Região Centro Sul do Maranhão.
O anúncio foi feito depois que o
parlamentar promoveu, na sexta-feira (21), em Barra do Corda, uma audiência
pública com o Corpo de Bombeiros, Prefeitura, Câmara e com a sociedade, para
buscar uma solução para o problema das queimadas, que estão destruindo a flora
e a fauna e causando graves prejuízos financeiros.    
A audiência pública foi pedida pelos
empresários, pecuaristas e pela classe política, representada pelos vereadores
Dora Nogueira, Chico do Rosário, Nilda Barbalho, Graça do Ivan e Paulinho
Bandeira, no total estavam 11 vereadores, que em nome da população, alegaram
que as queimadas também estão provocando sérios problemas de saúde,
especialmente nas crianças.      
Estavam presentes na audiência
realizada entre as 20h e 23h30m, na Câmara Municipal de Barra do Corda, o
comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar de Barra do Corda, tenente-coronel
Erivelton,  do delegado, Dr. Elson, da capitã, Tainá, do Corpo de
Bombeiros e dos tenentes da  Polícia Militar, Paulo e Souza.
    
Depois da audiência, o comando do
Corpo de Bombeiros definiu que a frente brigadista – que atuará por tempo
indeterminado em Barra do Corda e nos municípios do entorno – será formada pelo
coronel Teixeira e dois oficiais, com o apoio do deputado Rigo Teles, da
Prefeitura, da Câmara Municipal, do Comércio e demais setores da sociedade.
Rigo Teles adiantou que para garantir
o êxito do trabalho da Frente Brigadista, foi formada uma comissão de apoio
composta de representantes do poder Judiciário, da Assembleia Legislativa, da
Prefeitura, da Câmara Municipal, dos empresários, dos pecuaristas, das
associações de moradores e da sociedade civil organizada.   
   

Justiça suspende direitos políticos de ex-prefeita de Presidente Dutra

A Justiça acatou uma ação civil pública do
Ministério Público e  decidiu suspender
os direitos políticos da ex-prefeita de Presidente Dutra, Irene Oliveira
Soares, durante três anos, por ato de improbidade administrativa.
Ex-gestora Irene Oliveira
De acordo com o MP, a gestora deixou de apresentar
a prestação de contas da Prefeitura à Câmara de Vereadores referente ao
exercício financeiro de 2009, quando estava à frente do executivo municipal.
Na decisão, a juíza Gláucia Helen Maia de Almeida
condenou, ainda, a ex-prefeita ao pagamento de multa civil no valor de 20 vezes
o valor de sua remuneração à época em que exercia o cargo, além de proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, também pelo prazo de três anos.
Em sua defesa, Irene Soares admitiu que não fez a
prestação de contas diretamente à Câmara de Vereadores e somente ao Tribunal de
Contas do Estado, acrescentando que teria sido assessorada por advogados nesse
sentido.
Para a juíza, no entanto, “a ausência de
prestação de contas fere o princípio da publicidade que deve nortear a
atividade dos gestores públicos, inviabilizando o controle dos gastos do
administrador público, revelando imperiosa sua condenação”.

Desembargadores do TJ confirmam ilegalidade da greve da Polícia Civil

Os desembargadores das Segundas
Câmaras Cíveis Reunidas do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) indeferiram pedido do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (Sinpol), que pedia a anulação da decisão do desembargador Kleber Carvalho, que determinou a
suspensão da greve no prazo máximo de 12 horas, estabelecendo multa diária de
R$20 mil pelo descumprimento da medida liminar.
Na decisão, o desembargador
Kleber Carvalho determinou também que o Sinpol deixasse de  promover,
divulgar ou incentivar qualquer medida que impedisse ou causasse
embaraço à regular e contínua prestação do serviço público inerente à
atividade policial desempenhada pelos policiais civis do Estado do Maranhão.
Em recurso interposto junto ao
Tribunal de Justiça, o Sinpol pediu a nulidade da decisão. Alegou a
incompetência do desembargador para julgar a questão. Sustentou que o próprio
magistrado se considerou incompetente para o julgamento e que a deflagração da
greve, no dia 3 deste mês, teve como objetivo abrir negociação com o Governo do
Estado em busca de melhorias salariais e melhores condições de trabalho.
O relator do processo,
desembargador Cleones Cunha, afirmou não vislumbrar direito no pedido de
anulação, com o entendimento de que a  incompetência absoluta não pode ser
observada perante uma medida de urgência diante de uma melhor e mais célere
prestação da tutela jurisdicional.
Quanto ao fato do próprio
desembargador constatar sua incompetência, o relator afirmou que o mesmo pode
remeter o processo ao juízo correto, porém, inexiste impedimento para analisar
o pedido de liminar, a exemplo do julgamento ocorrido com o Sinpol. 
Em relação à deflagração do
movimento grevista como forma de abrir negociação com o Estado, o desembargador
Cleones Cunha entendeu que não cabe aos policiais civis o direito de greve.
Disse ainda ter sido demonstrado o aumento da criminalidade no Estado, fato que
deixou claro a necessidade do pleno funcionamento das policias estaduais
(militar e civil), como forma de combater a violência.

Após Cunha pedir propina a lobista, Lobão reclama: “você enlouqueceu?”

O lobista Júlio Camargo, um dos
delatores da Operação Lava Jato, relatou em um seu depoimento à Justiça Federal
que, em 2011, encontrou-se no aeroporto Santos Dumont, com o então ministro das
Minas e Energia, Edson Lobão, para se queixar de suposta pressão do atual
presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
que estaria cobrando propina atrasada. Na ocasião, segundo o delator estava
sendo pressionado pelo peemedebista, que queria receber propinas de US$ 5
milhões relativas a um contrato de navios-sonda da Petrobrás. Julio Camargo diz
que representava a empresa Mitsui, contratada pela estatal.
No encontro no aeroporto, Julio
Camargo exibiu a Lobão cópia de um requerimento de informações que teria sido
articulado por Eduardo Cunha. O documento original havia sido encaminhado ao
Ministério das Minas e Energia, com indagações sobre os contratos da estatal
com a Mitsui.
Segundo o lobista, o requerimento
teria como objetivo pressionar a empresa, porque ele não estaria pagando uma
parcela da propina que havia combinado. O deputado seria um dos
“destinatários finais” de propina paga nos contratos de navios-sonda da
Petrobrás investigados pela Operação Lava Jato.
No aeroporto, ocorreu a seguinte
conversa. “Eu disse a ele: ‘ministro, está acontecendo um fato desagradável.
Existe um requerimento disso, uma empresa que  eu represento, que eu acho
que só traz benefícios para o País, tem trazido dinheiro japonês barato, tem
sido um constante financiador das obras da Petrobrás e recebo um requerimento’.
Mostrei para ele (Lobão) a cópia. A reação dele imediata foi a seguinte: ‘Isto
é coisa do Eduardo’. Pegou o celular e ligou para o deputado Eduardo Cunha na
minha frente. E disse: ‘Eduardo, estou aqui com o Júlio Camargo, você está
louco?’ Não sei qual foi a resposta do deputado. Mas ele disse (a Cunha): ‘você
me procure amanhã cedo no meu gabinete em Brasília, que eu quero conversar com
você’. Ele desligou o telefone e disse: ‘Júlio, o que te preocupa nesse
requerimento? Existem coisas erradas?’. Eu falei: ‘ministro, não tem nada
errado’. Ele disse: ‘Se não tem nada errado, não há o que se preocupar. O que
eu posso fazer é pedir para acelerar a verificação desse processo para que isso
termine o mais rápido possível’. ‘Eu agradeço se o sr. fizer isso, já é uma
coisa interessante’.”
O trecho de depoimento teria servido
de base para a denúncia criminal da Procuradoria-Geral da República contra o
presidente da Câmara. Cunha é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
Nesta quinta-feira (20), a Procuradoria-Geral da
República (PGR) apresentou
denúncia
 
contra Cunha pelos crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requereu também a
devolução de US$ 80 milhões que seriam fruto de desvios e por danos causados à
Petrobras.
De acordo com a denúncia, no dia 31 de agosto de
2011, Júlio Camargo foi ao gabinete do então diretor de refino e abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para pedir uma “reunião urgente” com o então
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A reunião tinha como objetivo
discutir a apresentação de dois requerimentos perante a Comissão de
Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, formulados pela
então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), um mês antes, contra as empresas do
grupo Samsung e Mitsui. Almeida é aliada de Cunha e, de acordo com a PGR, esses
requerimentos foram apresentados de forma a pressionar Camargo a pagar a
propina solicitada pelo presidente da Câmara.
A reunião entre Camargo e Lobão aconteceu na Base
Aérea do aeroporto Santos Dumont, em São Paulo, entre as 18h e 19h, de acordo
com a denúncia da PGR. “Após relatar ao ministro que se considerava ‘amigo do
PMDB’, Júlio Camargo esclareceu que havia ficado surpreso com um requerimento
da então deputada Solange Almeida, solicitando todos os contratos da Mitsui
para serem apurados”, descreve a PGR no documento.
Na reunião, de acordo com a PGR, o ministro Lobão
afirmou, com base na delação de Camargo, “isto é coisa do Eduardo”, em
referência ao presidente da Câmara. Ainda para a PGR com base nas delações do
ex-consultor da Toyo Setal, no mesmo instante, o ministro ligou para Cunha e,
na frente do empresário, reclamou. “Eduardo, estou com o Júlio Camargo aqui do
meu lado, você enlouqueceu?”, teria dito do ministro. “No entanto, mesmo com a
intervenção do Ministro das Minas e Energia, a pressão não cessou”, ressaltou a
PGR.
Depois, conforme narra a denúncia da PGR, Camargo
procurou o lobista Fernando Soares (o Fernando Baiano), tido como operador do
PMDB, para que ele tentasse conter as pressões de Cunha. Mas não obteve
sucesso. Pela denúncia da PGR, a pressão contra as empresas ligadas à Camargo
somente diminuíram quando ele procurou diretamente o doleiro Alberto Youssef. Youssef
aconselhou o ex-consultor da Toyo Setal a pagar os valores devidos ao
parlamentar fluminense e, a partir daí, Camargo pediu uma reunião diretamente
com Cunha para tratar deste débito.
A reunião entre Camargo, Fernando Baiano e Eduardo
Cunha, conforme a PGR, ocorreu no dia 18 de setembro de 2011, entre as 19h e
21hs, em um prédio chamado Leblon Empresarial. Pelas informações da PGR, Cunha
chegou em um veículo Range Rover, placas EIZ 8877. O carro entrou no prédio às
19h14 e saiu às 20h03. Conforme a PGR, foi nesta reunião que Eduardo Cunha
efetuou o pagamento de propina.
Segundo a delação premiada de Júlio Camargo,
apresentada ao STF, Eduardo Cunha disse que “não teria nada de pessoal contra
Camargo”. Mas que ele precisava receber o dinheiro devido por Fernando Baiano,
que era o intermediário entre Camargo e o pemedebista. “Eu não sei da história,
nem quero saber. Eu tenho um valor a receber de Fernando Soares e que ele
atrelou a você”, teria dito Cunha com base no depoimento de Camargo. “Eu ainda
tenho que receber US$ 5 milhões em relação a este ‘pacote’”, pontuou Cunha, com
de acordo com o depoimento do ex-consultor da Toyo Setal.
“Importante ressaltar que nessa reunião Fernando
Soares ficou passivo, tendo as negociações sido feitas apenas e diretamente
pelo denunciado Eduardo Cunha com Júlio Camargo”, ressalta a PGR na denúncia.

Eventual sucessor de Cunha também é investigado da Lava Jato

Além de investigado na mesma operação que Cunha, Maranhão também é
alvo de outros dois inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) em
que é acusado de crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos
ou valores
Waldir Maranhão
Na hipótese ainda pouco provável de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se afastar da Presidência da Câmara por conta da
denúncia por corrupção e lavagem, assumiria o comando da Casa seu vice, um
deputado pouco conhecido, do baixo clero, cuja situação não é muito melhor.
Trata-se de Waldir Maranhão (PP-MA), um dos 32 integrantes do PP investigados
na operação.
Maranhão foi eleito vice-presidente da
Câmara em fevereiro deste ano, com o apoio de Cunha. Se herdar o principal
posto na Casa, tornando-se também o segundo homem na linha sucessória da
Presidência da República, os constrangimentos devem continuar. Maranhão foi
apontado pelo doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro e
investigado. 
Além de investigado na mesma operação
que Cunha, Maranhão também é alvo de outros dois inquéritos que correm no
Supremo Tribunal Federal (STF) em que é acusado de crimes de lavagem de
dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores. Como não há nas normas da
Câmara previsão de instrumento legal para afastar o presidente do cargo, cabe
apenas a e
De acordo com a área técnica da Casa, a
decisão sobre deixar a presidência, de forma permanente ou temporária, seria
tomada apenas por um “ato de vontade” de Cunha. Mas no caso do peemedebista
resolver se afastar permanentemente da presidência, seriam convocadas novas
eleições para a Câmara. Caso contrário, caberá a Maranhão liderar os deputados.
O vice não foi localizado pela reportagem. (Agência O Globo)