Desembargadores do TJ confirmam ilegalidade da greve da Polícia Civil

Os desembargadores das Segundas
Câmaras Cíveis Reunidas do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) indeferiram pedido do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (Sinpol), que pedia a anulação da decisão do desembargador Kleber Carvalho, que determinou a
suspensão da greve no prazo máximo de 12 horas, estabelecendo multa diária de
R$20 mil pelo descumprimento da medida liminar.
Na decisão, o desembargador
Kleber Carvalho determinou também que o Sinpol deixasse de  promover,
divulgar ou incentivar qualquer medida que impedisse ou causasse
embaraço à regular e contínua prestação do serviço público inerente à
atividade policial desempenhada pelos policiais civis do Estado do Maranhão.
Em recurso interposto junto ao
Tribunal de Justiça, o Sinpol pediu a nulidade da decisão. Alegou a
incompetência do desembargador para julgar a questão. Sustentou que o próprio
magistrado se considerou incompetente para o julgamento e que a deflagração da
greve, no dia 3 deste mês, teve como objetivo abrir negociação com o Governo do
Estado em busca de melhorias salariais e melhores condições de trabalho.
O relator do processo,
desembargador Cleones Cunha, afirmou não vislumbrar direito no pedido de
anulação, com o entendimento de que a  incompetência absoluta não pode ser
observada perante uma medida de urgência diante de uma melhor e mais célere
prestação da tutela jurisdicional.
Quanto ao fato do próprio
desembargador constatar sua incompetência, o relator afirmou que o mesmo pode
remeter o processo ao juízo correto, porém, inexiste impedimento para analisar
o pedido de liminar, a exemplo do julgamento ocorrido com o Sinpol. 
Em relação à deflagração do
movimento grevista como forma de abrir negociação com o Estado, o desembargador
Cleones Cunha entendeu que não cabe aos policiais civis o direito de greve.
Disse ainda ter sido demonstrado o aumento da criminalidade no Estado, fato que
deixou claro a necessidade do pleno funcionamento das policias estaduais
(militar e civil), como forma de combater a violência.

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