Ilegalidades em processos licitatórios abertos, em
2012, pelo ex-prefeito de São Luís, João Castelo Ribeiro Gonçalves, para
aquisição de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), implantação de trilhos e
construção de estações de passageiros motivaram o Ministério Público do
Maranhão (MPMA) a ajuizar, uma Ação Civil Pública (ACP) por ato de
improbidade administrativa contra o ex-gestor.
PREGÃO
O Pregão Presencial objetivava a compra de seis
VLTs para o Município de São Luís. Durante a fase de preparação do
procedimento, somente uma das empresas consultadas, Bom Sinal Indústria e
Comércio Ltda, apresentou proposta, com valor individual de R$ 7,84 milhões.
O contrato para aquisição de um veículo (atualmente
ainda sem uso) foi assinado em julho daquele ano. Duas semanas após a
assinatura, o Município celebrou o 1º termo aditivo, reduzindo o valor da
contratação para R$ 6,4 milhões, dos quais foram pagos 97,5%.
No processo licitatório, o MPMA constatou que não
foi prevista dotação orçamentária para a aquisição do veículo, o que resultou
na insuficiência dos recursos para custear a despesa, levando o ex-prefeito
João Castelo a emitir dois decretos de abertura de crédito no valor de R$ 6,5
milhões.
Os recursos foram remanejados das secretarias
Extraordinária de Projetos Especiais (Sempe), de Informação e Tecnologia
(Semit) e Urbanismo e Habitação (Semurh), sem autorização prévia da Câmara de
Vereadores.
CONCORRÊNCIA
Paralelamente ao pregão, o Município realizou uma
concorrência prevendo “contratação de empresa especializada em serviços de
engenharia para implantação de projeto executivo, do Sistema de Veículos Sobre
Trilhos”.
O objetivo era a construção de uma via permanente e
construção de estações de passageiros no trecho Terminal de Integração da Praia
Grande-Bairro de Fátima.
Nesse processo, não houve detalhamento do orçamento
da obra. Somente foi demonstrada de forma reduzida a composição do custo total
estimado para os serviços, sem apresentação de custos unitários relativos à mão
de obra, materiais, além de taxas e tributos.
“A falta de detalhamento do orçamento estimado
não somente prejudica a avaliação correta dos custos dos serviços ofertados
como também facilita a ocorrência de sobrepreço”, explica João Leonardo
Leal, na manifestação.
De fato, o valor estimado para a obra sofreu
aumento significativo, mesmo sem nenhuma justificativa no processo licitatório.
O valor inicial da licitação estimado para a contratação dos serviços (R$
14.980.365,37) foi acrescido em 27,7%, chegando a R$19.096.142,63.
ORDENS BANCÁRIAS
Na ACP, o Ministério Público questiona, ainda, a
emissão das quatro ordens bancárias pelo Município para pagar os serviços de
engenharia executados pela empresa Serveng Civilsan S.A.
As apurações demonstraram que, de acordo com o
Portal de Transparência do Município, as ordens de pagamento constam como não
pagas.
Condenação
Na ação, o Ministério Público requer que o Poder
Judiciário condene o ex-prefeito João Castelo ao ressarcimento integral do
dano; perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil
de até duas vezes o valor do dano.
As sanções solicitadas incluem, ainda, o pagamento
de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração recebida à época dos
fatos e a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente.
Manifestação da Litorânea
O
ex-prefeito João Castelo participou no último domingo (13), da manifestação
promovida pelo PSDB na Avenida Litorânea pelo golpe do o impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo fim da corrupção.
Como
diz o ditado: quem tem rabo preso tem mais é que ficar na sua.