Deputada Eliziane quer explicações sobre conduta policial durante manifestações

Na tribuna da Assembleia Legislativa, a parlamentar
denunciou o despreparo e a truculência dos policiais contra os manifestantes e
que resultou em confronto e revolta. Ela informou que a Comissão de Direitos
Humanos encaminhará as denúncias para a OAB, Ministério Público, Ouvidoria de
Segurança Pública e Corregedoria da PM pedindo providências.

“Não quero generalizar, mas infelizmente os
policiais não estão preparados para manifestações no nosso Estado do Maranhão.
Quero registrar o meu repúdio e indignação, e afirmar que vou encaminhar a OAB,
Ministério Público e Corregedoria da Polícia Militar do Maranhão, para que as
devidas providências sejam tomadas e seja aberto um procedimento para apurar a
conduta dos militares”, assegurou.

Eliziane Gama lembrou que sempre apoiou o
movimento dos militares por melhorias para a categoria, e ressaltou que tem
respeito pela Polícia Militar do Maranhão, mas lamentou o despreparo diante das
mobilizações.

O protesto intitulado “São Luís Acordou” iniciou
às 17h em frente ao Tropical Shopping no Renascença e seguiu para a Assembleia
Legislativa. Os manifestantes se dispersaram logo depois do confronto com a
cavalaria e a Tropa de Choque da Polícia Militar.

A informação é que após confronto, os
manifestantes se retiram da Assembleia Legislativa, e um grupo menor se dirigiu
ao elevado da Cohama e fechou as duas vias da Avenida Jerônimo de Albuquerque.
O CPM e a Tropa de Choque dispersaram os manifestantes com spray de pimenta e
balas de borracha.
Segundo o relato da parlamentar, foi neste
momento que ela passava no local e tentou socorrer uma jovem desmaiada, e
recebeu ameaça e ordem de prisão de um PM, identificado como major Welligton.

“Estava indo à casa da minha mãe, no São
Cristóvão e passamos pela rotatória da Cohama e ficamos lá aproximadamente uma
hora parados. Estava lá e vi que não houve nenhuma ação dos jovens de forma
truculenta ou tentando afrontar a ação da polícia. Quando de repente chega a
Tropa de Choque da PM com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha
dispersando a multidão”, contou.

De acordo com a parlamentar, ao ver uma jovem
desmaiada tentou socorrê-la e mesmo se identificando como deputada estadual foi
hostilizada por um policial militar.

“Vi uma jovem de aproximadamente 20 anos
desmaiada por causa do spray de pimenta e o meu instinto humano foi de tentar
socorrer a moça. Quando tentei socorrê-la vieram policias, dentre eles o major
Wellington, e simplesmente me ameaçou dando voz de prisão. Ele partiu para cima
de mim, e me deu prazo de sair dali sob pena de me levar presa”, denunciou.

Eliziane Gama destacou que os motivos das
manifestações são legítimos. A parlamentar lembrou lutas históricas como a
Marcha dos 100 Mil, em 1968, pelo fim da Ditadura no Brasil, as Diretas Já na
década de 80, e o movimento para o Impeachment do presidente Fernando Collor.
Durante a sessão desta terça-feira (25), vários
parlamentares da base do governo e da oposição se solidarizaram com a deputada
Eliziane Gama e criticaram a ação da polícia contra os manifestantes.
Eliziane Gama foi enfática em dizer que não se
tratava de algo particular, mas uma reflexão sobre a conduta polícia na
repreensão às manifestações. “Não estou falando por mim, apenas manifestando
esta grave situação. Porque se acontece com um parlamentar depois de se
identificar, imaginem a atitude da polícia com a nossa juventude”, lamentou.

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