Extrema direita capturou as redes sociais para ‘quebrar’ a democracia e foi subestimada, diz Moraes

www.brasil247.com - Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília - 08.01.2023

 Rede Brasil Atual  Na semana em que se lembram os 59 anos do golpe civil-militar, um debate mostrou que os riscos à democracia seguem presentes, sob outras formas. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a extrema direita atuou com “competência” nas redes sociais para desacreditar primeiro a imprensa e depois as eleições e o Judiciário. Segundo ele, a finalidade era clara: a “quebra” da democracia e do Estado de direito. “Nós subestimamos”, disse Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não podemos subestimar a força desse fascismo, dessa extrema direita antidemocrática.”

O ministro participou nesta sexta-feira (31) do debate O STF e a defesa da democracia, promovido pela Fundação FHC. Durante a palestra, Moraes lembrou, inclusive, que nesse período as chamadas milícias digitais tentaram “massacrar” o Poder Judiciário. Inclusive ameaçando ministros familiares, divulgando endereço, roteiro diário, horários dos magistrados, “tudo por rede social, por grupos”. Circularam até plantas do STF “para colocar bomba aqui, bomba ali”.

Estabilidade não é tranquilidade

Apesar tudo, o Brasil vive o maior período republicano de estabilidade democrática, avalia Moraes, enfatizando a Constituição de 1988. “Com erros e acertos, mas esse novo equilíbrio foi dando certo. O Brasil passou por dois impeachments, foram mais de 100 mandados de segurança, somando os dois casos, todos os partidos jogaram as regras do jogo. Os dois presidentes saíram, os vices assumiram, e nós tivemos eleições subsequentes, quem foi eleito assumiu”, afirmou, acrescentando uma ponderação: “Estabilidade não significa tranquilidade sempre. O que (a Constituição) tem que garantir, e a meu ver garante, são mecanismos para que possamos tratar dessas questões.”

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