Cutrim acusa a Suzano de desmatar e tomar áreas em Vila Nova dos Martírios

O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) voltou a acusar a empresa Suzano Papel e Celulose de desmatar e acabar com rios e riachos da Região Tocantina, por conta dos grandes plantios de eucalipto. E de tomar áreas de lavradores no município de Vila Nova os Martírios.

O parlamentar disse que no ritmo atual, a região vai terminar ficando devastada como aconteceu no Estado do Espírito Santo. “Eu falei há um mês que a Suzano está destruindo toda a Região Tocantina, comprando fazendas e plantando eucalipto. Em um futuro bem próximo, aqueles locais alagados, os riachos de água perene, todos vão ser destruídos,como ocorreu no Espírito Santo, porque ali tem cerca de 127 riachos que secaram em razão da plantação de eucalipto”, contou.

O deputado lembrou que atualmente já existe o problema muito sério, que é a seca do rio Tocantins. “Umas pessoas falam que foi problema da barragem e eu acredito que tudo isto é a Suzano que está acabando também com o rio Tocantins. A Suzano traz tanto malefícios para a área que a gente vê ali de Imperatriz a Açailândia centenas de carretas transportando eucalipto de manhã, de tarde e de noite, e a gente verifica aqueles carretões imensos, todos com placas de outro Estado; nem o IPVA é pago no Maranhão e os empregos da região Tocantina. Tudo vem importado”, garantiu.

De acordo com Cutrim, por tudo ser mecanizado, as pessoas da região só servem para molhar planta ou plantar o eucalipto. “Num futuro bem próximo, nós vamos testemunhar, ali na região Tocantina, um grande deserto; as fazendas todas eles vão vendendo e o eucalipto depois do terceiro ou quarto corte, a terra não serve mais para nada, nem para reconstruir toda aquela terra devastada serve, porque o eucalipto é tão maléfico que acaba com a fauna e a flora. Ali onde tem eucalipto até os passarinhos somem dali”, denunciou.

Raimundo Cutrim denunciou que a empresa está prejudicando também o município de Vila Nova dos Martírios, onde 157 famílias vivem e residem desde a década de 80, em mil e poucos hectares, cada uma com área em torno de oito a dez hectares. “São áreas pequenas, são lotes, onde ali eles vivem de hortas e plantar para a sua subsistência com sua família. Mas o cerne da questão, é que no início a Vale adquiriu 23.102 hectares de terra, no município, e parte dessa área limita-se, de várzea, ou seja, área alagada pertencente à União cuja área era explorada por esses trabalhadores já desde a década de 80. Em 2010, a Vale transferiu ou vendeu esses 23.102 hectares para a Suzano e esta ao fazer o georreferenciamento na referida área encontrou um total de 23.153 hectares. Ou seja, 51 hectares a mais incluindo a área dos trabalhadores que era de várzea, que é da Sapucaia, que se encontrava em atividade desde a década de 80”, contou.

Em 2005, o Incra comprou e criou o Projeto de Assentamento denominado Deus Proteja, em uma área de 5.759 hectares. “Com a implantação do projeto foram utilizados apenas 3.500 hectares, beneficiando 140 famílias, tendo a Suzano se apropriado do restante da área, ou seja, 2.559 hectares, onde se encontram os trabalhadores rurais, em Vila Nova dos Martírios. Em 2011, a Suzano retirou o pessoal de Sapucaia e destruiu toda a plantação daqueles trabalhadores e demoliram as casas e o que eles tinham, destruíram. Gado, porco, quem tinha galinha, foi tudo embora”, acusou.

“Tudo isso teve início quando a Vale adquiriu a fazenda Jurema, do Sr. Rodolfo Miranda, é uma pessoa muito conhecida lá em Imperatriz, com 1.452 hectares que limita com a área de várzeas alagadas, onde se localiza o conflito. Que não é conflito, na realidade é posseiro desde a década de 80. Porém, o Sr. Rodolfo afirma nunca ter sido proprietário. Porque essa propriedade da área ele não vendeu, da área alagada, mas como todos os proprietários de terra afirmam jamais foi vendida, a área de várzea, que é da União. Portanto, se não bastassem os crimes ambientais causados pela Suzano, naquela região, ainda tem um crime maior que é a apropriação indevida de todas essas áreas acima citadas. E o que nos causa espécime ainda é a justiça de Imperatriz ter dado uma reintegração de posse, que é uma liminar, que não é da Suzano, nunca foi tampouco da Vale e não sei o que ocorre que até hoje não foi reexaminada a área e tampouco revogada”, reafirmou.

 

 

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