Com diferença de apenas 01 voto, a Comissão de Assuntos Sociais-CAS do Senado rejeitou o texto da reforma trabalhista. O resultado apertado de 10 votos a 09 foi fruto de muito esforço da oposição durante a reunião e representa a primeira derrota de Temer, que tem uma ampla base aliada, apesar dos escândalos de corrupção em que está envolvido.
Agora o processo segue para a Comissão de Constituição e Justiça-CCJ, na qual Romero Jucá (aquele que foi flagrado em áudio afirmando que os políticos precisavam dar um “boi de piranha” para a lava-jato) será o relator.
Durante o debate na CAS, o senador Paulo Paim teceu uma forte crítica ao Senado, ressaltando que o órgão está apenas “cumprindo tabela” a serviço da Câmara de Deputados.
“Os senhores hoje, se votarem esse projeto, estarão renunciando ao mandato de senador. Estão dizendo: Olha, nós não queremos mais ser senadores. Que a Câmara faça o que bem entender, e nós assinamos embaixo. Vamos botar aqui na entrada da portaria do Senado uma fábrica de carimbos. Cada senador compra um carimbo, carimba o que vem da Câmara e manda para o presidente. É isso o que estamos fazendo. Estamos renunciando”, apelou o senador Paulo Paim (PT-RS).
O líder do governo Temer no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que será o relator do processo na CCJ, defendeu a proposta e, portanto, já adiantou como emitirá seu relatório.
“Não se está abrindo a porteira, é falta de responsabilidade dizer isso. Retirar décimo terceiro não é verdade. Estamos fazendo um ajuste para melhorar a situação de empregabilidade do país”, disse Jucá.