Em entrevista ao Imparcial Humberto Coutinho fala sobre os principais desafios da sua gestão

O presidente da Assembleia Legislativa,
deputado Humberto Coutinho (PDT), em entrevista publicada neste domingo (22),
no jornal O Imparcial, fala sobre os principais desafios da sua gestão, dentre
os quais o de manter o clima de união e respeito entre oposição e governo. Ele
disse que pretende incentivar as discussões no campo democrático, sempre
debatendo ideias e não ofensas pessoais. Humberto também explica o seu
posicionamento sobre a reforma política, fala da sua amizade com o governador
Flávio Dino e de como pretende manter a independência do Legislativo em relação
aos demais Poderes.

 

Segue, abaixo, a entrevista na íntegra:

  

O Imparcial – Humberto qual é o
principal desafio da sua gestão a frente da Assembleia Legislativa?

 
Humberto Coutinho – São vários desafios.
O primeiro é manter a Assembleia unida. Aqui temos deputados de oposição ao
governo, mas queremos buscar a união e o respeito. A oposição terá seu espaço,
mas o governo terá a maioria, existindo um respeito entre todos. Eu pretendo
manter as discussões no campo democrático, discutindo ideias e não ofensas
pessoais. Vamos aprovar as propostas do governo, buscar viver em harmonia entre
os poderes, o legislativo, executivo e judiciário.

Como a Assembleia Legislativa vai se
comportar em relação a reforma política?

A reforma política é um tema de extrema
importância. Para mim o principal, seria a realização de eleições de dois em
dois anos, pois ninguém aguenta mais ter esse desgaste em um período tão
próximo. Tem de haver uma mudança a partir desse ponto e do tempo de mandato.
Deve-se também ter uma redução da quantidade de partidos, hoje são quase 40 e
outra infinidade querendo obter registro, isso é um absurdo. Eu acredito que a
reforma política deve ser um trabalho em conjunto entre diversos entes
políticos e aqui nós estamos prontos para contribuir.

O senhor recebeu 40 dos 42 votos
possíveis. O senhor se considera um superpresidente?

De forma alguma. Eu sou um deputado como
outro qualquer. Eu estou na presidência, mas meu voto como parlamentar tem a
mesma importância que o dos demais. É claro que existe a liturgia do cargo, mas
não me acho melhor que ninguém.

E a que se deve esse apoio maciço? O
seu poder de articulação, a entrada do governador ou outro fator?

O governador não articulou, mas ele foi
simpático a minha candidatura. Ele não pediu voto pra mim, mas acredito que de
forma particular ele tenha me ajudado. Mas eu me articulei com os deputados,
ganhei a confiança dos deputados e tive muita conversa com os meus colegas
parlamentares. Formamos uma grande amizade. Os deputados novos desta Casa
confiam em mim. Revelo que foi um grande jogo de cintura garantir o apoio de
tantos deputados. E os dois (Andréa Murad e Sousa Neto) que não votaram em mim
são meus amigos. Já os recebi no meu gabinete e deixei bem claro que não irei
trata-los com nenhuma diferença em relação aos demais.

O senhor é do PDT, naturalmente contribui
para o partido voltar a ser forte no estado, uma vez que já governou, agora
preside a Assembleia. Como é a sua relação com o diretório estadual e como o
senhor avalia esse momento da legenda?

Falar de partido é muito complicado. O PDT
tem sua história. Jackson Lago era o norte do PDT, foi um dos fundadores, foi
eleito prefeito de São Luís e governador do Maranhão. Porém com a morte de
Jackson, existiu um vácuo no PDT, inclusive no diretório nacional. O partido tá
se encontrando novamente. Tem quatro deputados estaduais, 2 federais e estamos
conversando, pra deixar o PDT do tamanho que ele é, ainda mais pela sua
história no Maranhão. Naturalmente somos da base de apoio do governador.

Como é a relação do presidente
Humberto Coutinho com o governador Flávio Dino?

Excelente. O Flávio é meu amigo. Confio nele.
Digo que o Maranhão tem um governador competente. Ele é determinado e
trabalhador, tenho certeza que ele vai trabalhar 24 horas para melhorar o nosso
estado. Inclusive as suas primeiras ações já demonstram que ele é um governante
não diferente, ele não olha apenas para quem votou nele, mas sim para todos.
Ele vem lançando programas que vem beneficiando a nossa população, o programa
“Mais IDH”, que inclusive beneficia prefeitos que não apoiaram ele. O programa de
moradia digna, escola, saúde, educação, tudo isso o Flávio Dino tem feito para
promover melhoria nos indicadores sociais. Temos grande esperança!

E como será a postura do parlamento em
relação ao governo?

A Assembleia é autônoma e independente.
Governo e parlamento são parceiros, mas ambos vão buscar o melhor para o nosso
estado, cada um respeitando o seu espaço.

As comissões já estão todas definidas?

Eu não tenho participado dessas reuniões.
Como presidente estou sendo apenas comunicado. Dessa forma deixei os deputados
e os blocos bem a vontade para definirem entre eles, a composição e liderança.
Até porque quem define isso são os partidos e blocos, não o presidente.

Como o recebeu a Assembleia
Legislativa da antiga administração?

Muito bem. O Arnaldo Melo entregou a Casa bem
administrada e sem problemas financeiros. Não tenho nada do que reclamar.
Somente a administração é nova, afinal é um novo presidente, mas não há
problemas.

Em relação aos projetos iniciados na
gestão passada como a Assembleia Itinerante, o senhor pretende continuar?

Claro. O que é bom deve continuar. Quando
terminar o período de chuvas, vamos retomar esse trabalho. Pois devemos lembrar
que em 1998 houve a itinerância e infelizmente uns deputados faleceram em
acidente. Dessa forma devemos nos preservar. Mas vamos levar nosso trabalho
para o interior e contar com o apoio dos parlamentares em suas bases.

Como presidente da Assembleia Legislativa, o senhor tem poder e influência
política. Como será sua participação nas eleições municipais de 2016? Nas
minhas bases onde tenho trabalho há mais de 20 anos, vou manter minha atuação,
mas não vou invadir a base de ninguém. Aproveito para garantir que irei manter
meu trabalho no leste maranhense. 

No ano passado, o senhor ficou entre a
vida e a morte, hoje o senhor é presidente da Assembleia. O que passa na sua
cabeça?

Um ano atrás eu estava em coma. Passar o que
passei, por vários médicos, cirurgias e poucos pessoas sabiam, acredito que é
uma grande vitória eu ter conquistado a voltar ter minha vida normal. Tudo isso
fez eu pensar sobre o modo de viver, valorizar a vida, espiritualmente estou
mais forte, pois você muda também a forma de agir. Nessas horas que a gente tem
certeza que Deus existe, ainda mais das orações recebidas de parentes, amigos e
eleitores. Eu quase não fiz campanha, foi bem reduzida, mas agradeço a todos
que me ajudaram. Chegar a presidência dessa Casa, fico imaginando a
oportunidade que Deus me deu e a importância que é de comandar esse parlamento.
Hoje me sinto muito feliz.

 

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