PSB divulga nota sobre uso de avião que matou Eduardo Campos e expõe as evidências do caixa 2

Não
convenceu
– O Partido Socialista Brasileiro prometeu para esta terça-feira (26)
uma explicação sobre o uso da aeronave que despencou na cidade de Santos, em 13
de agosto, matando o então presidenciável Eduardo Campos e todos os outros
ocupantes, mas a nota emitida pela legenda é no mínimo pífia e reconhece o uso
de caixa 2.

A
legislação eleitoral vigente no País é clara ao determinar que a cessão de uma
aeronave para candidato só encontra respaldo se o cessionário for pessoa
jurídica e cuja atividade fim seja o negócio de transporte aere de passageiros,
como taxi aéreo, por exemplo. Não é o caso dos empresários que ilegalmente
assumiram o leasing do Citation 560XLS (PR-AFA), em nome do Grupo
Andrade, de Ribeiro Preto (SP), e que está em recuperação judicial.

A
presidenciável Marina Silva, que pode sofrer as consequências desse imbróglio,
evitou falar sobre o assunto em visita a São Paulo, na segunda-feira (25),
deixando o tema a cargo do seu candidato a vice, o deputado federal Beto
Albuquerque (PSB-RS). No momento em que Albuquerque disse aos jornalistas que o
caso do avião era de responsabilidade do PSB e que os advogados contratados
pela legenda estavam reunindo as informações para dar à imprensa uma explicação
plausível, ficou claro que alguma transgressão fora cometida. Ninguém contrata
um advogado se não cometeu alguma irregularidade.

Presidente
nacional do PSB, cargo que passou a ocupar com a morte de Eduardo Campos, o
ex-ministro Roberto Amaral destacou em nota que a aeronave estava sendo usada
pelo então presidenciável com a devida autorização dos empresários João Carlos
Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira. O dirigente-mor do PSB
ressaltou no comunicado que o partido pretendia “proceder à contabilização ao
término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria
emitido o recibo eleitoral, total e final”.

Como
destacado acima, as empresas de João Carlos Lyra e Apolo Vieira não se dedicam
ao negócio da aviação, por isso não podem locar aeronaves. Para tal é preciso uma
autorização especial da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), obtida
através do registro adequado da aeronave, que, sabe-se, foi adquirida por meio
de leasing junto à fabricante norte-americana Cessna para uso específico do
Grupo Andrade.

Ademais,
as despesas aeroportuárias e de combustível relacionadas ao citado avião devem
ter sido pagas (ou faturadas) pelo verdadeiro dono do Citation 560XLS. Basta
que as autoridades policiais que investigam o caso solicitem tal documentação
nos aeroportos por onde o tal jato passou. Fora isso, antes de colar a
tripulação precisa informar à torre de controle o plano de voo e os nomes dos
passageiros. Fato é que essa história está muito mal contada, sendo que a
explicação do PSB é vergonhosa.

De tal
modo, desde já Marina Silva poderá ser punida por crime eleitoral, uma vez que
a atual presidenciável do PSB também voou no jato que se acidentou no litoral
paulista. Ao se confirmarem as previsões pontuais das pesquisas de opinião,
Marina Silva poderá vencer a disputa presidencial, mas ao mesmo tempo correrá o
risco de ter o registro de sua candidatura cancelado. O que permitirá que o
segundo colocado suba a rampa do Palácio do Planalto.

Ora,
se o tucano Aécio Neves está “pagando a conta” por ter usado indevidamente um aeroporto
não homologado pela Anac, na cidade mineira de Cláudio, que o PSB arque com as
consequências de um drible aéreo que saiu errado.

Confira
abaixo a nota divulgada pela direção do PSB

O
Partido Socialista Brasileiro esclarece:

A
aeronave de prefixo PR-AFA, em cujo acidente faleceu seu presidente, Eduardo
Henrique Aciolly Campos, nosso candidato à presidência da República, teve seu
uso — de conhecimento público — autorizado pelos empresários João Carlos Lyra
Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira.

Nos
termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio
de que seu uso teria continuidade até o final da campanha, pretendia-se
proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a
soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final.

A
tragédia, com o falecimento, inclusive, de assessores, impôs conhecidas
alterações tanto na direção partidária quanto na estrutura e comando da
campanha, donde as dificuldades enfrentadas no levantamento de todas as
informações que são devidas aos nossos militantes e à sociedade brasileira.

 

Fonte: Ucho.Info

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *