Formal, explosivo ou dura, vices têm prós e contras

O formal vice-presidente
Michel Temer, o explosivo senador Aloysio Nunes e a aguerrida ex-ministra
Marina Silva podem fazer um duelo à parte nas eleições presidenciais. Cada um
com seu estilo, eles já têm o status de candidatos formais à vice-presidente
nas chapas, respectivamente, da presidente Dilma Rousseff (PT), do senador
Aécio Neves (PSDB) e do ex-governador Eduardo Campos (PSB). Agora, serão
examinados mais de perto pelo eleitorado – e defeitos bastante proporcionais às
qualidades irão aparecer.

Político de bastidores,
formal e com uma base eleitoral pulverizada entre a capital e o interior de São
Paulo, Michel Temer pontuou com a presidente Dilma ao se mostrar capaz de
manter o PMDB dentro da aliança nacional com o PT. Na gestão, foi discreto,
após um início de muitas articulações, e não se pode dizer que atrapalhou.

Temer, ao mesmo tempo, viu
dentro do PMDB uma maré de dissidências subir a partir do Rio de Janeiro e
atingir, ainda nesta segunda-feira 30, o Ceará, onde a sessão local do partido
ameaçava formar chapa com o PSDB. Interessado diretamente na eleição de Paulo
Skaf, em São Paulo, o vice é visto como adversário pelo PT paulista, que sabe
que o crescimento da influência dele corresponde à redução do espaço da seção
paulista no partido no governo federal.

Com o senador Aloysio Nunes,
a situação é outra. Ele entra para a chapa de Aécio com a difícil missão de
mobilizar o PSDB paulista, verdadeiramente, para a campanha do senador mineiro.
Na impossibilidade empolgar o ex-governador José Serra e, também, o governador
Geraldo Alckmin, Aloysio tem seus próprios votos – mais de 10 milhões na última
eleição para senador – para transferir a Aécio.

Respeitado dentro do PSDB,
acima de sua antiga ligação com o Serra, o senador paulista teve seu nome
citado nas notícias em torno do escândalo Alstom-Siemens de distribuição de
propinas no governo paulista. Mas ele não teve seu nome levado dentro do processo
que chegou ao Supremo Tribunal Federal. O ponto fraco de Aloysio, neste
momento, está mais em seu temperamento. Nos últimos tempos, ele tem sido
ríspido com interlocutores e xingou o blogueiro Rodrigo Grassi, em Brasília,
num episódio de repercussão nacional. Com assédio que irá aumentar em torno
dele, o senador estará desafiado, todos os dias, a driblar as provocações para
não criar fatos negativos para Aécio. Um teste duro.

No campo do PSB, a
ex-ministra Marina Silva não tem feito questão de esconder suas divergências
com o candidato Eduardo Campos. A líder dos marineiros amplificou a repercussão
da candidatura dele e, atestaram as pesquisas, acrescentou-lhe pontos positivos
nas preferências. Internamente, porém, o diálogo entre eles nunca esteve tão frio.
Enquanto tratava de negar seu aval a alianças como a estabelecida em São Paulo,
na qual o PSB dará o vice a Alckmin, Marina já adiantou que seus planos são o
de retomar a montagem do Rede a partir do próximo ano, com qualquer resultado.

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