Documentário sobre Maria Aragão será lançado amanhã

Será lançado nesta segunda-feira (24), às 19h, no Memorial Maria Aragão, no Centro, o documentário “Maria Aragão e a
organização popular”. O evento integra a programação da Prefeitura em memória da luta pela
democracia nos 50 anos do Golpe Militar.

 
Com 52 minutos de
duração, o filme traça um paralelo da vida e obra de Maria Aragão com a
realidade social brasileira. Coordenado por Cecília Luedemann e Miguel Yoshida
e dirigido pela cineasta Ana Carolina Soares, o documentário foi produzido no
segundo semestre do ano passado, com patrocínio da Caixa Econômica e do
Ministério da Cultura. Participam do documentário a atriz maranhense Maria
Ethel na locução das memórias da militante e o compositor Cesar Teixeira que
assina a trilha sonora com a música “Samba pra Dedê” feita especialmente para
este registro.

Voltado para a formação cultural de estudantes e integrantes de movimentos
sociais, o documentário faz parte da série Realidade Brasileira, organizada
pela Editora Expressão Popular e a Escola Nacional Florestan Fernandes, com a
edição de livros e documentários sobre lutadores sociais brasileiros que
apresentaram alternativas para as questões sociais do país e da América Latina.
Em 2012, foram produzidos seis títulos: Caio Prado, Celso Furtado, Darcy
Ribeiro, Florestan Fernandes, Madre Cristina e Florestan Fernandes.

“A primeira série de livros abordou a história de vida de intelectuais, como
Darcy Ribeiro, Celso Furtado, entre outros. No segundo momento, foram
selecionadas personalidades que tivessem uma história de militância ou grande
destaque nacional. Este filme serve como instrumento pedagógico para divulgar o
legado de Maria Aragão, partindo de sua trajetória pessoal até a atuação na
militância política”, explicou Jonas Borges, dirigente do MST no Maranhão.

Antes da exibição do filme, no Memorial Maria Aragão, haverá uma mesa de
abertura com representantes da Fundação Municipal de Cultura, do Instituto
Maria Aragão, do Instituto Jackson Lago, da Escola Nacional Florestan Fernandes
e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

50 ANOS DO GOLPE

Na madrugada de 31 de
março de 1964 o direito às liberdades individuais e à democracia foi cerceado
por um golpe político organizado pelos militares contra o governo legalmente
constituído pelo presidente eleito à época, João Goulart. A partir de então, a
história política do Brasil sofreu um período extenso de violenta repressão em
diversos setores civis atingindo instituições e cidadãos que foram cassados,
torturados, exilados e proibidos de manifestar a livre expressão.

O Golpe provocou a
organização e mobilização de grande parte da população contra o regime
ditatorial instaurado. No Maranhão, um nome feminino tornou-se ícone da luta
pela democracia: Maria Aragão. A médica e ativista dedicou sua vida em luta
pelos direitos dos trabalhadores. Diretora do jornal Tribuna do Povo, ela usou
o matutino como plataforma de divulgação de seu compromisso, denunciando as
degradantes formas de exploração e dando voz as reivindicações dos trabalhadores.
Foi perseguida, presa e torturada diversas vezes durante a ditadura.

Além do lançamento do
filme “Maria Aragão e a organização popular”, a programação da Prefeitura de
São Luís inclui outras ações como uma mesa-redonda no dia 27 sobre as
implicações do Golpe no Maranhão e um grande ato-show no dia 31 reunindo
artistas e ativistas políticos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *