Barbosa descarta de vez candidatura. Em 2014

“Por enquanto não, não
agora”. Com essas palavras, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, descartou de vez disputar as eleições em 2014, embora tenha
deixado no ar a dúvida sobre seu ingresso na carreira política em pleitos
futuros. Barbosa foi a personalidade de estreia do programa de entrevistas do
jornalista Roberto D´Ávila no canal por assinatura GloboNews. O programa foi ao ar na
noite do sábado (22).

Barbosa, que teria ainda
mais 11 anos de STF antes da aposentadoria compulsória quando completar 70
anos, sugeriu que pode deixar a corte antes do tempo: “Pretendo ficar mais
um tempinho aqui, tenho quase 11 anos, mas ainda vou decidir o que fazer nos
próximos meses.” Dicado pelo presidente Lula em 2003, ele preside o Supremo
até outubro próximo, quando deve ser substituído pelo ministro Ricardo
Lewandowsky.

Relator da Ação Penal 470,
o chamado Mensalão (que qualifica como um processo de sete anos de muito
desgaste, tanto físico como mental), Barbosa ganhou notoriedade pela verve agressiva
e pela dureza das decisões contra o réus, especialmente os do núcleo petista do
processo. Seu afã em encarcerar José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares o
alçaram à condição de algoz do petismo, gerando especulações e uma campanha
para que deixasse a corte e disputasse, logo na estreia na política, a
Presidência da República.

Mas, segundo o próprio
disse a D´Ávila, a ideia não o comove: “Recebo inúmeras manifestações de
carinho, pedidos de cidadãos comuns para que me lance nessa briga, mas não me
emocionei ainda com a ideia”. Ele despista, alegando que a vida pública no
Brasil tornou-se um “apedrejamento constante”, dizendo que prefere se
manter alheio a quase tudo o que se passa na Praça dos Três Poderes.

Barbosa criticou a mídia
pela ampla cobertura da AP-470 e negou que as penas tenham sido exageradas.
“Examino as penas que foram aplicadas ao mensalão às penas aplicadas e
chanceladas pelo Supremo a pessoas comuns. Convido aqueles que criticam o
supremo por ter aplicado essas penas a fazer esse tipo de comparação. O supremo
chancela em habeas corpus coisas muito, mais muito mais pesadas.”

Sem determinar qual modo
seria o mais eficaz, Barbosa diz que o país ainda não encontrou os mecanismos,
a forma correta e eficaz de combater a corrupção.

Em relação ao processo por
racismo que move contra o jornalista Ricardo Noblat, de O Globo, Barbosa disse
ser falta de honestidade intelectual dizer que o Brasil se livrou das marcas da
escravidão. “Estão presentes nas coisas mais comezinhas. Basta dar uma volta aqui
no Supremo ou qualquer repartição pública para ver a repartição dos
papéis.”

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