Jornalistas destacam desafios do jornalismo ambiental no Brasil durante  ((o)) eco 20 Anos: Seminário de Jornalismo Ambienta

Profissionais compartilham suas experiências e dificuldades em reportar crimes ambientais e desmatamento, com destaquepara a Amazônia, abordando desde a segurança dos repórteres até o impacto das políticas antiambientais

Durante  ((o)) eco 20 anos: Seminário de Jornalismo Ambiental, realizado nos dias 29 e 30 de agosto no Rio de Janeiro, jornalistas especializados em questões ambientais se reuniram para discutir os desafios e complexidades do jornalismo ambiental no Brasil. O evento contou com a participação de jornalistas de diferentes regiões e veículos, que abordaram os desafios de reportar crimes ambientais, incluindo na Amazônia e a importância de conectar o jornalismo local com o nacional. Entre os destaques estavam Kátia Brasil, Juliana Mori e Paulina Chamorro, que participaram de debates no primeiro dia.

Kátia Brasil, cofundadora do portal Amazônia Real, ressaltou as dificuldades financeiras que os jornalistas enfrentam para realizar coberturas extensas e perigosas. “Nosso maior desafio é conseguir financiamento para manter esse tipo de cobertura, que demanda tempo, viagens e protocolos de segurança”, afirmou. Já Paulina Chamorro, criadora do podcast Vozes do Planeta, destacou a importância de mostrar ao público como a destruição da Amazônia afeta diretamente o clima em outras regiões do país. “Os rios voadores que partem da floresta amazônica afetam o clima de regiões distantes como o Sudeste do país”, explicou Paulina, reforçando a conexão entre a preservação ambiental e o bem-estar de todos.

No segundo dia, a mesa “Investigando Delitos Ambientais na Amazônia” trouxe a discussão sobre os riscos enfrentados pelos repórteres que cobrem áreas de conflito e crimes ambientais. Importantes figuras do jornalismo participaram de debates sobre os desafios da cobertura de crimes ambientais na Amazônia. Entre elas estavam Maria Regina Telles, jornalista, radialista e empresária; Kendria Cavalcante, editora-chefe da Rede Amazônica, e Maurício Ferro, do Correio Sabiá, cada um trazendo contribuições significativas sobre o tema.

Kendria Cavalcante relatou como é atuar em Roraima, uma área de tríplice fronteira, que enfrenta constantes conflitos socioambientais. Ela ressaltou o impacto do desinteresse do poder público nas questões ambientais e como isso prejudica o desenvolvimento sustentável. “Nós convivemos diariamente com as pessoas que denunciamos”, afirmou Kendria, referindo-se aos riscos diários que enfrentam.

Maria Regina Telles trouxe sua experiência no Maranhão, destacando sua cobertura sobre crimes ambientais na Terra Indígena Araribóia. “Para combater o tráfico ambiental, é necessário fortalecer as investigações e aumentar as equipes”, destacou Telles, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais integrada e de dar voz às comunidades locais. Já Maurício Ferro, fundador do Correio Sabiá, frisou a importância de democratizar o acesso à informação, principalmente em áreas onde há desertos de notícias, e como o WhatsApp pode ser utilizado como ferramenta para levar conteúdo jornalístico ao público.

Além das discussões, Maria Regina Telles conversou com diversos participantes do evento, entre eles, os integrantes da mesa Biodiversidade na Manchete, Ana Lúcia Azevedo (O Globo), Herton Escobar (Jornalismo da USP) e Maurício Bianco (Conservação Internacional Brasil); e realizou uma entrevista com a jornalista Cláudia Gaigher. No segundo dia, também dialogou com os membros da mesa Comunicação e Novas Mídias, com Francisco Figueiredo, Daniele Rodrigues e Adriano Lizieiro.

O seminário destacou a importância da colaboração entre jornalistas locais e nacionais para aumentar a visibilidade dos crimes ambientais e das mudanças climáticas.

O conteúdo dessas entrevistas será veiculado com mais detalhes, no podcast da Comunicativa Assessoria e Propaganda, além de ser veiculado no quadro “Sustentabilidade na Prática” da Rádio Assembleia Maranhão.

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