Waldir Maranhão desiste de adiamento e marca votações para amanhã na Câmara

O presidente da Câmara, Waldir Maranhão,
marcou para esta terça-feria votações na Casa
O presidente interino
da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), recuou da decisão de suspender as votações
desta semana e marcou votações para amanhã (28). Ele tinha anunciado, no final
da semana passada, que não haveria sessão deliberativa nos próximos dias em
função das festas juninas nos estados, mas reconsiderou a medida informando a
mudança aos parlamentares durante o final de semana. Maranhão destacou ainda
que não haverá desconto para os deputados que faltarem à sessão.
Para o primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Beto
Mansur (PRB-SP), o recuo enfraquece ainda mais a situação de Maranhão que tem
sido alvo de inúmeras críticas entre colegas desde que assumiu o comando da
Casa, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi afastado do cargo e do mandato por
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Particularmente, acho um absurdo. Uma coisa é minha
situação, que moro em São Paulo e tenho disponibilidade de voos para Brasília
diretos, outra coisa é um deputado que mora no interior e tem que voltar sem
qualquer previsibilidade Quando você programa uma votação tem que ter
antecedência”, disse.
Assim como outros parlamentares que, já na sexta-feira
(24), criticaram a suspensão dos trabalhos alertando que, diante do atual
momento do país a Câmara não deveria ficar parada por quase 10 dias, Mansur
também questionou a dispensa. “Estou na Casa há muito tempo [cinco mandatos] e
respeito o evento que é tradição no Norte e Nordeste, mas não dá para ficar
homenageando todos os santos brasileiros, porque senão a Casa não trabalha.
Semana passada foi São João, esta semana São Pedro. A Casa tem que funcionar. A
sociedade está olhando para nós.”
Na última semana, os deputados votaram apenas a medida
provisória (MP) que trata da participação de estrangeiros no capital de
empresas aéreas brasileiras. A matéria foi aprovada na última terça. Pela
frente, estão previstas as votações da MP que trata do controle de doping e a
proposta que cria normas para definição e atuação de diretores executivos e
conselheiros de fundos fechados de previdência complementar vinculados a entes
públicos e suas empresas, fundações ou autarquias.
Independentemente da decisão final, o recuo de Maranhão
pode acirrar ainda mais a busca por uma solução sobre o comando da Câmara.
Mansur sinalizou a possibilidade de que a Mesa se reúna ainda esta semana para,
novamente, tentar encontrar uma saída que possibilite novas eleições para a
presidência da Câmara.
“A gente precisa acertar esta situação. Não dá para
continuar neste impasse e a culpa também é de Eduardo Cunha que já deveria ter
renunciado para que pudéssemos fazer novas eleições em cinco sessões. Esta
coisa em vez de ajudar está irritando as pessoas”, concluiu Mansur.

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