Othelino defende direito do governador de usar redes sociais e cita Papa Francisco

O deputado estadual Othelino Neto
(PCdoB) defendeu, na tribuna, na sessão desta terça-feira (30), o direito do
governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), de usar as redes sociais para
discutir o próprio governo, referindo-se a uma polêmica com o padre  Cláudio
Bombieri e a questões do Sistema Carcerário. O parlamentar citou o exemplo do
Papa Francisco que tem coragem de debater assuntos polêmicos da Igreja Católica
de forma inovadora na internet.
“É só olhar para o Papa Francisco,
olha como inova, como é corajoso. Ele colocou o dedo em temas que nenhum chefe
religioso antes, nem a igreja, teve coragem de tratar. É um Papa que já falou,
por exemplo, que é preciso discutir o celibato. Que já abordou a questão dos
divorciados comungarem. Desculpou-se por casos de violência dentro da Igreja.
Se ele discute assuntos polêmicos, expõe-se ao contraditório, se ele toca em
temas sensíveis, então um padre não pode mais ser questionado? Não se pode
discordar do padre? E mais, o governador do Estado não pode discutir nas redes
sociais?”, comentou e indagou o deputado.
Othelino disse que há muitos excessos
no destaque dado à crítica do texto do padre Cláudio Bombieri. Segundo ele, a
oposição, que até outro dia era Governo, não é acostumada com o estilo
democrático e transparente de Flávio Dino e tenta transformar em algo negativo
o que deve ser elogiado. Ele disse que um governador se apresentar, expor-se ao
debate nas redes sociais é um fato novo no Maranhão. Para o parlamentar, isso
mostra que o governador está disposto a debater o seu governo, os problemas
enfrentados e desce lá do mandato para discutir mesmo na internet.
“Isso é democrático, isso é saudável.
Diferente de antes em que a ex-governadora Roseana Sarney nem governava, que
dirá se prestar a discutir democraticamente, livremente um tema da maior
importância como esse do Sistema Carcerário”, comparou.
Com relação ao episódio do padre
Roberto Perez ter sido funcionário de uma empresa terceirizada, Othelino disse
que é interessante agora ver alguns ditos “paladinos da moralidade” acharem
isso normal. Segundo o deputado, estes mesmos criticaram, por muito tempo, a
terceirização, no que diz respeito a servidores do Sistema Penitenciário, em
particular de Pedrinhas, e não reconhecem que o atual Governo está, paulatinamente,
acabando com isso.
 Terceirização
 Segundo Othelino, o padre, de fato, foi contratado
em novembro de 2013, no auge da crise penitenciária. “E, coincidentemente,
depois de ter sido dispensada a empresa terceirizada, passou a ser um crítico
duro, ácido do Governo. Nada contra a crítica. É legitima e pode e deve ser
rebatida. Não é pelo fato de ser padre que ele não vai ser rebatido, que não
haverá o contraditório”, disse.
 Othelino criticou a oposição
por mostrar matéria sobre o Sistema Carcerário na revista Carta Capital, mas
não dizer que o mesmo veículo publicou uma notícia, dando conta que dez mil
professores terão formação sobre trabalho escravo no convênio com a ONG
Repórter Brasil. “Foram lá com a lupa olhar aquilo que questionava o Governo,
mas não observaram, na mesma revista, uma ação inédita, que tem política de
combate ao trabalho escravo”, disse ao lembrar que a ex-governadora vetou o
projeto, de sua autoria, que cancelava a inscrição estadual de empresas que,
comprovadamente, utilizassem mão-de-obra escrava.
Sobre um pedido de desculpas do
governo Flávio Dino em torno da polêmica com o padre Cláudio, sugerido pela
oposição, Othelino  disse que nunca viu o grupo Sarney se desculpar pelo
que fez com o Maranhão, por ter recebido um Estado próspero e entregue
destruído. “Isso, sim, mereceria um pedido de desculpas”, frisou.
O deputado reiterou, no final do
pronunciamento, que a postura do governador de não fugir ao debate merece
aplausos. Segundo ele, é  importante discutir os problemas do governo, não
só internamente com sua equipe, mas nas redes socais, ouvindo e respondendo
críticas, “porque assim é que age um governo moderno, um governador
democrático, transparente, que sabe aonde quer chegar com seu governo”.

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