CONTRA ISOLAMENTO, DILMA BUSCA APOIO DO NORDESTE

Decisivo
para a reeleição de Dilma Rousseff no ano passado, o Nordeste mostrou queda no
apoio ao governo da presidente, segundo pesquisa Datafolha divulgada na semana
passada. No momento mais delicado da gestão da petista, ela reúne às 16 horas
desta quarta-feira 25, no Palácio do Planalto, nove governadores da região.
Dilma pedirá apoio em meio a acusações de que seu partido
tenha recebido propina por meio de doações legais no esquema investigado pela
Operação Lava Jato, manifestações pedindo impeachment e intervenção militar e
reações negativas, inclusive de aliados, contra o anúncio de medidas de ajuste
fiscal.
O encontro foi articulado pelo governador da Paraíba,
Ricardo Coutinho (PSB), forte aliado de Dilma. Na eleição presidencial do ano
passado, ele contrariou a orientação de seu partido e decidiu ficar do lado da petista
no segundo turno.
Além dele, estarão presentes os governadores Rui Costa
(Bahia), Flávio Dino (Maranhão), Wellington Dias (Piauí), Paulo Câmara
(Pernambuco), Renan Filho (Alagoas), Robinson Faria (Rio Grande do Norte),
Camilo Santana (Ceará) e Jackson Barreto (Sergipe).
Em troca, os governadores aproveitarão o momento para
entregar à presidente uma pauta de reivindicações para a região. Eles pedirão a
manutenção de investimentos em obras, a liberação de créditos subsidiados e
cobrarão pelo atraso na regulamentação do novo indexador das dívidas estaduais
e municipais.
Após uma reunião com Dilma na semana passada, o
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), declarou que procuraria os colegas
nordestinos para que fizessem “defesa constitucional” pública ao
governo Dilma.
“Os governadores do Nordeste pediram uma audiência
para ajudar o Brasil a enfrentar o desafio. O Nordeste é uma região que cresce
mais do que o país, então é fundamental a presidente ter nesse diálogo a
disposição para iniciar um processo de rearrumação, tanto da economia quanto da
política”, disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
Para Ricardo Coutinho, “o Brasil não pode fechar todas as
torneiras e achar que só o superávit importa. Isso pode causar desemprego que,
somado à inflação que já está aí, pode ser fatal para os brasileiros”. O
governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), lista como prioridade a
regulamentação do indexador das dívidas estaduais e municipais. “Não é uma
demanda só minha, mas de vários Estados que estão com dívida”, observou.
As demandas dos governadores nordestinos, contudo,
deverão encontrar dificuldades para serem viabilizadas em razão do ajuste
fiscal pretendido pelo governo federal. A avaliação é que a reunião seria um
gesto de conciliação com a região.
Em dezembro do não passado, os governadores eleitos
assinaram a chamada “carta da Paraíba”, listando 15 exigências comuns a todos
os estados do Nordeste. No documento, eles reconheciam a nova conjuntura
econômica e financeira e afirmavam que aceitariam rediscutir parte das demandas
listadas. O temor, porém, está concentrado sobre o fato de que a redução dos
investimentos federais e as dificuldades na obtenção de crédito acabem por
gerar desemprego.
“Obras importantes não podem passar por contingenciamento.
É preciso mantermos um pouco a condição de investir, principalmente para
garantir a questão do emprego”, disse Paulo Câmara (PSB). 

Fonte: Brasil 247

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *