Mais Universidades no Maranhão

O
ensino de nível superior é uma etapa marcante na vida de qualquer cidadão.
Quantas pessoas não conhecemos que pontuam a história de seus antepassados com
o momento em que o primeiro integrante da família conseguiu ingressar em uma
faculdade?

 A
faculdade abre nossos olhos para uma vastidão de conhecimento, amplia nossos
horizontes cognitivos, pelo que aprendemos na sala de aula e pelo convívio
social com colegas e professores, e também nos qualifica melhor para buscar
posicionamentos no mercado de trabalho.

Infelizmente,
o ensino superior sempre foi um privilégio de pouquíssimos nesta terra tão
cheia de desigualdades que é o Brasil. Nossos vizinhos latino americanos
contaram com o primeiro centro universitário ainda no início do período
colonial, em 1551, com a Universidade de São Marcos, em Lima, no Peru. Já por
aqui, os colonizadores só se preocuparam em criar o primeiro estabelecimento de
ensino superior quando foram expulsos de Portugal para cá em 1808, criando a
Faculdade de Medicina da Bahia.

As
universidades no Brasil seguiram, ao longo dos séculos sendo um privilégio de
pouquíssimas pessoas que conseguiam passar nas parcas vagas do ensino público
ou que tinham recursos para pagar uma mensalidade de instituição privada. Quem
não se lembra do famoso samba de Martinho da Vila:

 “Felicidade!

Passei
no vestibular

Mas
a faculdade

É
particular

 Livros
tão caros

Tanta
taxa prá pagar

Meu
dinheiro muito raro

Alguém
teve que emprestar.”

Essa
situação começou a mudar na última década, com duas ações em simultâneo dos
governos Lula e Dilma. De um lado, o governo federal criou o ProUni e o Fies,
ferramentas de financiamento do ingresso de alunos de baixa renda em faculdades
privadas.

Graças
a essas políticas públicas, as matrículas da rede privada quase dobraram,
saltando de 2,76 milhões em 2003 para 5,14 milhões em 2012. Somente o ProUni
atendeu 1 milhão e meio de estudantes no ano passado. Metade desses estudantes
eram negros. O Fies, no ano passado, financiou outro 1,6 milhão de pessoas.

Por
outro lado, os governos Lula e Dilma ampliaram as instituições de ensino
superior no Brasil. Foram 18 novas universidades federais e 173 novos campi
entre 2003 e 2014. O resultado é que a população total do país matriculada em
nível superior dobrou: foi de 3,5 milhões de estudantes em 2002, chegando a 7,1
milhões no ano passado.

Esses
números são resultado de um investimento pesado do governo federal em educação,
saindo de R$ 18 bilhões em 2002 para R$ 115,7 bilhões em 2014. O aumento real
foi de 218%. E novos recursos estão a caminho com os royalties do
Pré-Sal. Em 2020, a previsão é que o setor de Educação receba outros R$ 20
bilhões extras anuais advindos dos recursos de exploração do Pré-Sal.

O
Maranhão também quer participar desse processo de mudança. A população
maranhense usufruiu dos benefícios de aumento de oferta de crédito ao ensino
privado via Fies e ProUni por ação do governo federal. Mas como tudo que
dependeu de uma parceria ou do estímulo do governo estadual, tivemos pouco
avanço quanto à ampliação de campi federais.

Por
isso, apresentei um projeto de lei na Câmara dos Deputados para criação de duas
novas universidades: a UFLEMA (Universidade Federal Leste Maranhense), na
região de Caxias; e a UFOMA (Universidade Federal do Oeste do Maranhão), na
região de Imperatriz.

As
duas unidades atenderiam uma parcela significativa da população maranhense, que
hoje tem de se deslocar a São Luís para acessar uma faculdade pública. Somente
o Leste Maranhense compreende 44 municípios, com população estimada de 1,6
milhão; enquanto a região que seria compreendida pela UFOMA comporta 52
municípios, com uma população estimada em 1,4 milhão de habitantes.

O
Leste e o Oeste maranhenses são pólos econômicos pujantes do Maranhão, que têm
seu desenvolvimento socioeconômico tolhido exatamente pela inexistência de
Universidades Federais, que capacitem com qualidade técnica nosso amado e
batalhador povo maranhense. Chegou a hora do Maranhão ter mais universidades.

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