Dilma nega medidas erradas no combate à inflação

A presidente Dilma Rousseff reiterou
nesta segunda-feira, 28, o compromisso com o combate à inflação. “A inflação desorganiza a economia, não permitiremos que
essa praga volte a corroer nosso tecido econômico”, disse durante sabatina
promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio
Jovem Pan.

Dilma discorda da ideia de que tenha
havido algo errado no combate à inflação. Ela lembrou que o sistema de metas é
de 1999 e tem, portanto, 15 anos. Segundo Dilma, a inflação “não está
descontrolada”. “Asseguro que ela ficará abaixo do limite superior da
meta. Sempre se mediu a inflação anualizado. Está a 0,02% acima do limite, e em
trajetória decrescente”, afirmou.

A presidente destacou que a inflação
medida no seu governo e do ex-presidente Lula foram menores que a medida no
governo Fernando Henrique Cardoso. “No meu período, a inflação, se você
comparar os primeiros anos dos governos, os meus e do Lula se calibram, o meu
um pouco menor, porque o Lula pegou a taxa de inflação de 12%, na época do FHC.
Usam dois pesos e duas medidas. A inflação não está descontrolada, está no
centro. Ela está no teto da banda e vamos ficar nesse teto da banda.”

A presidente voltou a falar da crise
econômica e afirmou que acha que “todos nós erramos porque a gente não
tinha ideia do grau de descontrole que o sistema financeiro tinha
atingido”. Segundo ela, o trabalho foi grande para impedir o tradicional
efeito da crise, que era desempregar e arrochar o salário e fazer com que a
população “pagasse o pato da crise”.

Chantagem

A presidente afirmou que não se sentiu
chantageada pelo PR ao trocar recentemente o então ministro dos Transportes,
César Borges, pelo atual titular da pasta, Paulo Sérgio Passos.

O ministério dos Transportes é da cota
do PR, que pressionou Dilma a fazer a troca nas vésperas de decidir qual
candidato apoiaria na disputa presidencial. Com a reforma no ministério, o PR
se manteve na base do governo e declarou apoio à reeleição da presidente Dilma.

A presidente fez elogio aos dois
ministros – César Borges foi deslocado para a secretaria de Portos – e disse
que ambos têm grande capacidade técnica. “Não interrompi a governabilidade
na área dos Transportes”, destacou.

Ela também lembrou que, ao nomear
inicialmente César Borges, ela havia atendido uma reivindicação do próprio PR.
Questionada se o fato de a troca de César Borges por Paulo Sérgio ter sido
discutida pelo ex-presidente do PR Valdemar Costa Neto, um dos condenados no
processo do Mensalão e que está preso, geraria desgaste para o governo, Dilma
respondeu: “Você está dizendo que foi discutido na cadeia, comigo foi no
Palácio do Planalto”, disse. “Não tenho nenhum fato que desabone o
Paulo Sérgio. Não me senti chantageada. Me sentiria se eu botasse uma pessoa na
qual eu não confio e não conheço”.

Pasadena

Dilma afirmou que considera não ter
saído desgastada do processo que envolveu a compra de metade da refinaria de
Pasadena, no Texas (EUA), em 2006. Na semana passada, o Tribunal de Contas da
União (TCU), por unanimidade, isentou Dilma e os demais integrantes do Conselho
de Administração da estatal de responsabilidade pela aquisição. O TCU decidiu
culpar a Diretoria Executiva da companhia e cobrará dos integrantes do órgão à
época US$ 792 milhões.

Dilma ressaltou que o ministro José
Jorge, relator do processo de Pasadena no TCU, não é ligado ao partido dela nem
tem qualquer relação com ela. O voto de Jorge foi o condutor pela decisão
unânime do tribunal de isentá-la. “Não há como dizer que o
ministro-relator tenha qualquer relação comigo”, afirmou. Antes de chegar
ao TCU, José Jorge foi senador pelo DEM, partido de oposição.

Dilma participa neste momento de uma
sabatina por Folha, UOL, SBT e rádio Jovem Pan. A entrevista ocorre no Palácio
da Alvorada, residência oficial da Presidência da República em Brasília.

Estadao

 

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