Sarney decide não concorrer mais ao Senado

O senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) anunciou nesta
segunda-feira que não vai concorrer à reeleição a uma cadeira no Senado
Federal. O peemedebista comunicou a decisão a aliados durante uma visita da
presidente Dilma Rousseff a Macapá, capital do Estado pelo qual foi eleito.
A
decisão foi anunciada em uma nota, assinada por um jornalista que presta
serviços ao Senador no Amapá. O presidente regional do PMDB no Estado, o
ex-senador Gilvam Borges, confirmou ter sido comunicado da decisão. “Ele me
telefonou hoje à tarde e conversou com a presidenta Dilma de que havia um
desejo muito forte da família para não concorrer ao cargo”, disse Borges,
citando um problema de saúde da mulher do senador, dona Marly.

No
Senado desde 1991, Sarney chegou a presidir a Casa em quatro ocasiões. Na nota,
uma frase atribuída a Sarney fala da vontade de “parar um pouco com esse ritmo
de vida pública”. “Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse
ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me
muito do convívio familiar”, diz.

A
decisão será oficializada na próxima sexta-feira, em convenção do PMDB no
Amapá. “Estamos muito esperançosos de que ele pode reavaliar”, disse o
presidente regional da sigla. 

Leia
a íntegra da nota:

O
senador José Sarney (PMDB-AP) manifestou-se, agora há pouco, a respeito do
episódio ocorrido nesta segunda-feira (23) em Macapá, por ocasião do evento do
programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, em que foi hostilizado por
militantes partidários de declarada oposição a ele.

Era
esperado que isso pudesse ocorrer, diz, primeiro pelo acirramento do pleito
eleitoral que se avizinha, segundo, pela própria mobilização feita com esse
propósito, fato este do conhecimento de todos. Sarney diz ter sido convidado
pessoalmente pela amiga e aliada Dilma Rousseff, presidente do Brasil e
entusiasta do programa de habitação popular iniciado ainda na gestão de Luís
Inácio Lula da Silva (sic), outro companheiro de sua estima. Sarney foi, mais
uma vez, diplomático, seguiu o protocolo que o evento exigia, para prestigiar a
amiga Dilma e os amapaenses beneficiados pelo programa.

Diz
também ter recebido no evento – como ocorre por onde quer que vá no país e fora
dele – o carinho e a consideração de brasileiros que reconhecem a importância
de seu papel na condução do país à redemocratização. “Lá mesmo, na festa da
presidente Dilma, muitas pessoas aplaudiram, espontaneamente, a minha presença
e a ajuda que tenho dado ao Brasil e ao Estado”, acrescenta o ex-presidente.

O
senador, de 84 anos, também confirmou aquilo que seus amigos mais próximos e os
aliados em Macapá foram comunicados na semana passada, de que não vai disputar
a reeleição para o Senado em outubro próximo. “Essa decisão já estava tomada,
comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora
de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de
minha vida e afastou-me muito do convívio familiar”, declarou.

Sarney
tem acompanhado de perto as idas e vindas da esposa, Dona Marly, aos hospitais
em repedidas cirurgias e lentos processos de recuperação, em casa, como ocorre
atualmente.

Ele
confirma presença na Convenção do PMDB na próxima sexta-feira, dia 27. E diz
também que irá participar das eleições deste ano, não como candidato, mas
ajudando de todas as formas, ao inúmeros amigos e aliados que estarão na
disputa. Também será a ocasião para se dirigir aos correligionários e simpatizantes,
bem como aos cidadãos e cidadãs de bem do Amapá, a quem nutre “profunda
gratidão”.

Macapá-AP,
23 de junho de 2014.

Cleber
Barbosa

Jornalista/Colaborador
do Gabinete do Senador José Sarney

 

Fonte: Terra

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