Dilma estabiliza base e prova força no Congresso

Brasil 247

 Dilma está perto de passar incólume pela última armadilha e provar
aos críticos que sabe dialogar e obter as leis que necessita para governar;
fama de avessa ao parlamento existe mais fora do que dentro do próprio
Congresso.


O
governo da presidente Dilma Rousseff colocou no centro de sua política social o
estabelecimento de cotas raciais e sociais para acesso a universidades e o
serviço público federal. Em série, a partir de agosto de 2012, o Congresso
aprovou as cotas para 50% das vagas oferecidas no ensino superior federal, com
a maioria batendo as objeções da oposição. Este ano, em fevereiro, mais uma
etapa da política de cotas – a reserva de 20% das vagas em concursos públicos
para negros – foi cumprida, com nova vitória folgada do governo.

Ontem,
ao obter, na data e hora combinadas, a aprovação do Marco Civil da Internet, a
presidente completou um arco de vitórias aberto em dezembro de 2013, quando o
Orçamento da União foi aprovado a partir de negociações rápidas e eficazes.

Pela
frente, Dilma pode voltar a voar em céu de brigadeiro sobre o Congresso caso
ultrapasse o mau tempo à volta da possível CPI da Petrobras. A oposição
considerava que aprovaria a investigação com facilidade, mas esbarrou, como
acontecera antes, em todos os embates mais importantes, na solidez da maioria
governista. Os debates resultaram na apresentação de duas questões de ordem, do
governo e da oposição, que geraram, de cada um dos lados, pedidos de mandados
de segurança ao Supremo Tribunal Federal.

A solicitação
dos oposicionistas deve ser ter solução hoje, a ser dada pela ministra Rosa
Weber. Caso ela devolva a responsabilidade pela criação da CPI ao Congresso,
que então decidiria sobre os marcos nos quais se darão os trabalhos, a maioria
governista deve fazer valer, mais uma vez, sua força numérica, extraída de
eleições livres.

Falta
a superação desta etapa para que se possa dizer que Dilma, por mais que se
propagandeie sua aversão à atividade política mais miúda, bem ao gosto dos
parlamentares, terá vencido todos os seus principais desafios no Congresso.

No
caso de a CPI da Petrobras ser formada, contra a vontade explícita da
presidente, a oposição terá conseguido uma revanche sobre Dilma capaz de
empatar a goleada que ela vem aplicando até aqui com os jogadores de sua base.

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