Imprensa internacional destaca ‘duro ataque’ de Dilma à espionagem dos EUA

O discurso
da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) recebeu destaque na imprensa internacional. Os veículos de
comunicação chamam atenção para a afirmação feita por Dilma de que a espionagem
viola o direito internacional e a ação sofrida pelo Brasil teria objetivos
econômicos. Para o britânico “The Guardian”, o discurso de Dilma foi
“furioso” e mostra que a relação entre Brasília e Washington pode
ser, até agora, o maior problema gerado pelo vazamento de documentos por Edward
Snowden.

A versão
eletrônica do “Guardian” na internet dá chamada na primeira página
para o discurso de Dilma. Logo abaixo de uma foto do presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, o título diz “Rousseff condena a vigilância da
NSA”. O “Guardian” foi o jornal que revelou a maior parte das
denúncias de espionagem do governo norte-americano ao longo dos últimos meses.

Para o
jornal, a presidente brasileira fez “um duro ataque” contra a
espionagem dos EUA e acusou o governo norte-americano de violar a lei internacional
ao realizar a “coleta indiscriminada” de informações de cidadãos
brasileiros. Além disso, a reportagem diz que o discurso sinalizou que a
espionagem teria como alvo “setores estratégicos” da economia
brasileira. O Guardian classificou o tom do discurso de Dilma como
“furioso” e um “desafio direto a Obama que aguardava ao lado
para discursar em seguida”.

A página na
internet da emissora de televisão britânica BBC também produziu uma reportagem
sobre o discurso de Dilma. Com o título “Presidente Dilma Rousseff ataca
os EUA por acusação de espionagem”, o texto chama atenção que o discurso
classificou como “insustentável” o argumento dado por Washington de
que a espionagem feita no Brasil tinha objetivos de proteger contra a ação de
terroristas.

A BBC destaca
ainda a afirmação de Dilma de que a espionagem pode ter objetivos econômicos. A
reportagem afirma que “a informação corporativa, muitas vezes de elevado
valor e até mesmo estratégica, teria sido o centro das atividades de espionagem
no Brasil”. O texto lembra ainda que a presidente brasileira cancelou uma
visita de Estado ao colega Obama planejado para as próximas semanas.

O mais
importante jornal espanhol, o “El País”, traz como segunda principal
matéria em sua página na internet “Rousseff denuncia as práticas de
espionagem diante das Nações Unidas”. O texto destaca a proposta
brasileira de uma regulação para a internet para evitar atividades de
vigilância que representariam “a violação da soberania e dos direitos
humanos”.

Argentina.
Nos jornais argentinos, a presidente brasileira também ganhou repercussão.O
Clarín ressaltou a afirmação da presidente de que o ciberespaço não pode ser
usado como arma de guerra e a denúncia de que a espionagem dos EUA foi uma
afronta contra o Brasil e uma falta de respeito que não pode ser justificada
pelo combate ao terrorismo.

Já o La
Nación chamou a atenção para a acusação de que os EUA quebraram o direito
internacional, violaram os direitos humanos e a liberdade civil. Os jornais
econômicos El Cronista e Ámbito Financiero também deram destaque ao discurso da
presidente. “Dilma denunciou que espionagem dos EUA violou a soberania do
pais”, titulou o Ámbito. Enquanto o El Cronista observou a crítica de
Dilma sobre a espionagem americana em países aliados.

Transmissão.
O sinal europeu da emissora norte-americana CNN transmitiu ao vivo mais de dez
minutos do início do discurso de Dilma Rousseff. Foi exatamente nesse trecho
que a presidente brasileira fez as críticas contra a espionagem. Demais
emissoras europeias, como as britânicas BBC e a Sky News, estavam exibindo no
mesmo momento discursos da convenção anual do Partido Trabalhista inglesa.
Outras emissoras de notícias, como a Euronews e o sinal da Al Jazeera para a
Europa, exibiam reportagens e transmissões ao vivo sobre o ataque ao shopping Center
no Quênia.

Estadao

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