Segundo a EMBRATUR, hospedagem no Rio é a 3ª mais cara do mundo

Preços ficam acima de Nova York, Paris,
Londres e Cancún
 

 
O
Rio é a cidade com a 3ª hospedagem mais cara para as viagens de lazer entre os
principais destinos turísticos do mundo, de acordo com a Pesquisa Internacional
de Preços da Hotelaria (PPH), realizada pela Embratur.

A
média registrada na sede das Olimpíadas de 2016, segundo a PPH, foi de US$
246,71, superada apenas por Miami (US$ 293,57), nos Estados Unidos, e Punta
Cana (US$ 278,90), na República Dominicana, e acima de Nova York (US$ 245,82),
também nos EUA, Paris (US$ 196,17), na França, e Cancún (US$ 193,89), no
México.

A
pesquisa levou em conta estadias de dois adultos por 7 dias marcadas com 60
dias de antecedência. Foi considerado o preço mais baixo em cada um dos 128
hotéis consultados em cada cidade – excluídos motéis e albergues. A coleta dos
preços ocorreu de dezembro de 2012 a março deste ano.

O
preço alto da hotelaria é apontado pelo presidente da Embratur, Flávio Dino,
como o principal entrave para o aumento da entrada de turistas estrangeiros no
país.


A agenda central do turismo brasileiro é a competitividade. A hotelaria
brasileira foi bastante internacionalizada nos últimos anos, e esse movimento
aumentou os preços artificialmente. Não há justificativas para estes valores,
em termos de planilhas de custos. Isso gera um incômodo muito grande no setor,
mas precisa ser dito. O pior que pode acontecer é o Brasil consolidar essa fama
de “país caro” — afirma Dino.

O
fluxo de visitantes internacionais para o Brasil cresceu 4,5% de 2011 para
2012, passando de 5,4 milhões para 5,7 milhões. Até 2020, o Ministério do
Turismo pretende alcançar 10 milhões, mas os megaeventos poderão antecipar o
cumprimento desta meta.

Para
este ano, são esperados 6,2 milhões, aumento de 8,7%.

Segundo
dados da Polícia Federal repassados ao ministério, o fluxo de estrangeiros
vindo para o Brasil aumentou 5,8%, em média, nos quatro principais aeroportos
do país, no primeiro trimestre deste ano. Passou de de 1,06 milhão para 1,12
milhão. O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, é a exceção. Houve queda de
0,7%, de 301,6 mil para 299,5 mil turistas internacionais no mesmo período, que
inclui o Carnaval (quando a média das diárias no Rio chega a US$ 404).

Indústria
hoteleira culpa impostos

Apesar
da crítica aos altos custos, Dino descarta a ideia de qualquer tipo de
intervenção do governo na questão dos preços.


Não pode haver, claro, tabelamento, nada do tipo, porque isso não cabe no livre
mercado. Mas temos o dever de apontar esse problema. Estamos perdendo mercado
para países do Caribe.

O
presidente da Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis (ABIH), Enrico
Fermi, admite que as diárias são elevadas, e culpa, principalmente, os impostos
elevados.


Temos uma das diárias mais caras do mundo porque temos uma das maiores cargas
tributárias do mundo e um ambiente de negócios desfavorável — afirma.

Fermi
alega que a atração de turistas foi afetada – além da crise na Europa, onde
ficam os principais emissores para o Brasil – pelo fechamento dos 11
Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) mantidos pela Embratur, em 2011.


O trabalho de captar o visitante internacional cabe à Embratur. Foi um erro
estratégico (fechar os escritórios).

Dino
afirma que apesar do fechamento dos escritórios, a Embratur manteve a
participação em eventos internacionais de promoção turística. E explica que a
licitação para reabertura dos EBTs já está na fase da análise de propostas.
Serão 13: dois na América do Sul (Buenos Aires e Lima); três na América do
Norte (Nova York, Los Angeles e Chicago), sete na Europa (Amsterdã, Frankfurt,
Madri, Paris, Milão, Lisboa e Londres) e um na Ásia (Tóquio).

O
presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull,
diz que as taxas de ocupação no país são baixas para o volume de investimentos.
Ele cita os resorts, que no ano passado tiveram ocupação média de 52%, menor
que os 56% do ano anterior.


A Embratur poderia tentar ajudar mais na infraestrutura para se chegar aos
locais de hospedagem. Para fazer um evento pequeno no Nordeste, por exemplo,
que reúna cerca de 500 pessoas, não há malha aérea suficiente.

 

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