Wilson Lima Ig
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Infantil Juvêncio Matos, do governo do Estado, foi interditada após a internação de uma criança com 11 dias de vida com catapora, pneumonia e fasciíte necrotizante (situação em quem uma bactéria se alimenta de carne humana), além de insuficiência respiratória aguda. Treze crianças estão na UTI, já receberam tratamento para evitar novas contaminações, estão bem e nenhuma corre risco de morte.
A secretaria Estadual de Saúde do Maranhão (SES) afirma que houve erro no procedimento de encaminhamento da criança ao hospital Juvêncio Matos. A prefeitura de São Luís nega e disse que o Hospital Juvêncio Matos é referência para casos de alta complexidade como esse.
A criança é natural da cidade de Santa Luzia do Paruá, distante 163 quilômetros de São Luís, e foi trazida em estado grave na segunda-feira para a capital maranhense. Ainda não se tem informações de como essa criança foi contaminada. Ao chegar a São Luís, ela recebeu os primeiros atendimentos no Hospital Odorico Amaral de Matos, da prefeitura. A essa altura, o estado da criança começou a se agravar e havia a necessidade de encaminhá-la para uma UTI neonatal, disponível apenas no hospital Juvêncio Matos.
“A internação não atendeu aos protocolos exigidos para esse tipo de encaminhamento”, disse o secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad, em nota oficial. Já o secretário de Saúde do município, Gutermberg Araújo, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, declarou que se não houvesse a transferência da criança, ela poderia morrer. Ele também negou qualquer atropelo na central de regulação de pacientes.
A interdição da UTI do hospital ocorrerá até a próxima segunda-feira. A Secretaria Estadual de Saúde também abriu sindicância para apurar as responsabilidades.