Derrotada, Veja entra na quarta-feira de cinzas

Com uma charge de José
Dirceu, José Genoino e Delubio Soares, em clima de carnaval, com a chamada
“Quanto riso, oh! Quanta alegria”, a revista Veja deste final de semana ironiza
a decisão do STF sobre a votação do último embargo infringente da AP 470.

A publicação, que foi a
mais engajada pela condenação ao longo do julgamento, diz que a Corte deu sinal
verde para a “quadrilha” petista e joga nos “ministros novatos” Luís Roberto
Barroso e Teori Zavascki a responsabilidade pela reviravolta.

Por 6 votos a 5, o STF
derrubou as condenações de oito réus por formação de quadrilha no processo do
chamado “mensalão”. José Dirceu e Delúbio Soares foram os dois principais
beneficiados pela absolvição. Na teoria, deixam de cumprir pena em regime
inicialmente fechado e ganham o direito ao regime semiaberto, no qual podem
trabalhar fora do presídio se forem autorizados pela Justiça.

Assim como fez o presidente
da Corte, Joaquim Barbosa, na falta de argumentos contra uma decisão legítima,
a revista Veja tenta politizar a votação. A reportagem de Daniel Pereira sugere
que o resultado foi influenciado pela presidente Dilma Rousseff, que indiciou
os “novatos” para o cargo. “O PT venceu as batalhas iniciais do processo,
postergando o início de sua votação, o que foi decisivo para a mudança da
composição do STF. Agora, ganhou a última batalha relevante, com seus antigos
dirigentes assegurando o direito de deixar o cárcere a partir de agosto”, diz.

Além disso zomba de
milhares de pessoas pelo Brasil que fizeram doações para ajudar petistas a
pagar suas multas no STF, dizendo que, mesmo presos, Dirceu, Delúbio e Genoíno
enriqueceram mais de R$ 2 milhões: “Não é piada de salão: acumularam patrimônio
na cadeia”.

Insiste ainda em regalias
aos condenados, dizendo que Dirceu transformou a biblioteca da Papuda em seu
escritório. Essas irregularidades não foram provadas e até foram descartadas
pelo presidente da OAB. Mesmo assim, serviram como arma para o juiz Bruno
Ribeiro, que é filho de um dirigente do PSDB e ligado a Joaquim Barbosa, continuar
sua perseguição aos petistas: no mesmo dia da decisão do STF, mandou o
ex-tesoureiro do PT de volta para o regime fechado, passando por cima da
suprema corte; o motivo: uma feijoada não comprovada. Ele ainda abriu nova
investigação contra Dirceu, porque ele recebeu a visita de um dos chefes da
Defensoria Pública da União, Heverton Gisclan Silva, no Complexo Penitenciário
da Papuda, no último 6 de janeiro, uma segunda-feira, dia em que não são
previstas visitas.

A Veja cita a série de
incoerências do caso como conquistas do que chama de o “Bloco dos Mensaleiros”:
“O partido ainda festeja, com ares de ironia, a possibilidade de conquistar
mais quatro anos de mandato na Presidência. Quanto rio e quanta alegria entra a
companheirada. Neste carnaval é desnecessário dizer quem, como sempre, fara o
papel dos mil palhaços no salão”, ironiza.

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