Efeito ping-pong: Mais um prefeito é afastado do cargo, só não sabemos até quando?

Prefeito Nenzim é afastado por usar verba pública para se
promover



O prefeito da cidade de Barra do Corda foi afastado novamente do cargo
nesta terça-feira pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). José Mariano de
Sousa (PV), conhecido por Nenzim, (foto) teve pedido de prisão semi-aberta decretado
por desvio de verba pública.

Nenzim é acusado pelo Ministério Público (MP) por utilizar a propaganda
institucional da prefeitura em favor próprio. O MP argumentou que o programa
“Informativo – Prefeitura Municipal de Barra do Corda – Trabalho.
Respeito. Cidadania. É assim que se constrói uma cidade” teria conteúdo
voltado ao culto da personalidade do prefeito.

A acusação foi acolhida pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, que
baseou a decisão nos princípios da moralidade e da impessoalidade na utilização
dos recursos públicos. O prefeito, que ainda não foi encontrado, também teve
seus direitos políticos suspensos por cinco anos.

O desembargador Raimundo Melo, relator do caso, disse ainda que, a partir
do conteúdo da matéria publicitária, “vislumbra-se a existência de
informes que extrapolam os limites permitidos pela Constituição Federal,
provando a existência de promoção pessoal, fato este que embasa a condenação
criminal pela prática dolosa de desvio ou apropriação indevida de bens, rendas
ou serviços públicos, com fins de obtenção de proveito próprio ou alheio”.

Esta é a segunda vez o que Nenzim é afastado do cargo em 2012. Em maio, o
prefeito foi afastado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, mas obteve liminar
a seu favor, em recurso impetrado ao Superior Tribunal de Justiça.

Na primeira condenação, o prefeito do PV foi sentenciado por ter pagado
aluguel de casas para dois delegados de polícia e um comandante da Polícia
Militar no município, em administração anterior do prefeito, no ano de 1999. A
constatação foi feita pelo Tribunal de Contas do Estado, na análise da
prestação de contas do prefeito na década de 1990.

Em fevereiro de 2011, o prefeito e outros 11 parentes, incluindo sua
mulher, foram acusados de desvio e apropriação de recursos públicos, lavagem de
dinheiro, crimes contra a ordem tributária e formação de quadrilha pela
Operação Astiages, da Polícia Federal. Entre todos os acusados, nove foram
presos temporariamente. O prefeito e a primeira-dama ficaram foragidos até a
decretação de seus habeas-corpus

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