Censo 2010: Metade da população brasileira vive com R$ 375 por mês

Só que no Maranhão a maioria da população consegue viver com R$ 134
                                                                                                               G1
O Censo 2010 pesquisou um dos problemas históricos do Brasil: a desigualdade.
É com R$ 375 que metade da população brasileira se vira para passar o mês. Para Vânia, que mora em São Luis, no Maranhão, a vida é ainda mais dura. Ela sustenta dois filhos com os R$ 134 que recebe do programa Bolsa Família. “Não para manter. Por mês, não dá”, conta.
Para se ter uma ideia do nível de desigualdade revelado pelo Censo 2010, a faixa mais rica dos brasileiros tem renda inicial em R$ 15.300. Eles representam apenas 0,16% da população.
Na maior cidade do país, São Paulo, o IBGE identificou o bairro do Morumbi, na Zona Sul, como o que tem a pior distribuição de renda. Lá, pobres e ricos dividem o mesmo espaço. É comum ver favelas ao lado de condomínios de luxo.
Essa diferença ficou ainda mais evidente quando o IBGE perguntou o rendimento médio das pessoas, de acordo com a cor da pele. Enquanto os de cor preta recebem pouco mais de R$ 1,3 mil por mês, os de cor branca ganham cinco vezes mais.
No Brasil, os cidadãos classificados pelo IBGE como indígenas recebem, em média, R$ 345 por mês. Os pardos, R$ 496. Os de cor preta, R$ 539. Os de cor amarela, R$ 99. E os de cor branca, R$ 1.020,00 por mês.
A pesquisa revela também que, apesar da ascensão das mulheres no mercado de trabalho, elas continuam ganhando menos que os homens. Enquanto o rendimento médio delas é de R$ 559, o dos homens chega a R$ 963.
“Acredito que o Brasil hoje é um país menos desigual. Nos últimos dez anos, reduziu-se o quadro de desigualdades, tanto na questão dos rendimentos quanto na questão étnica. No entanto, ainda há muito que se fazer, porque o quadro ainda é de profunda desigualdade”, avalia o analista econômico do IBGE Jefferson Mariano.

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