Lupi muda o tom. E garante sobrevida no cargo

 

Pressionada pelo PDT, a presidente Dilma decide não ceder à ala do partido que pede a cabeça do ministro – e ele deve seguir no cargo até janeiro

                                                                                      

                                                                                                    Veja Online 



O ministro do trabalho Carlos Lupi durante
 audiência no Congresso Nacional, em Brasília

 

Apesar do festival de mentiras e do esquema de cobrança de propina operado na pasta que comanda o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deve se segurar no cargo. Ao menos por enquanto. A presidente Dilma Rousseff decidiu deixar Lupi sangrando por mais algum tempo na Esplanada – e, agora, só planeja tirá-lo do cargo em janeiro, em sua reforma ministerial. A menos, é claro, que a enxurrada de denúncias contra Lupi siga, e torne a situação dele ainda mais insustentável.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a decisão da presidente foi tomada em grande parte devido a um movimento surgido dentro do próprio PDT, partido de Lupi, pela demissão do ministro. Dilma recusa-se a assumir uma postura de “refém” da legenda, e quer deixar claro que as decisões sobre quem fica ou sai da Esplanada é dela.
Um assessor do Planalto afirmou ao jornal O Globo que também incomoda Dilma o que o governo considera uma pressão da imprensa pela cabeça do ministro. “O paciente Lupi respira por aparelhos, mas ainda está vivo”, afirmou o interlocutor de Dilma ao jornal. Isso porque a presidente não deseja novas demissões até 2012 – somente neste ano, foram cinco, quatro delas de ministros envolvidos em escândalos de corrupção.
Além disso, o Planalto considerou o depoimento de Lupi ao Senado, nesta quinta-feira, mais satisfatório do que o dado à Câmara. Ao menos, o ministro adotou um tom mais contido – e assumiu não só conhecer Adair Meira, como ter viajado em um avião pago pela ONG que ele comanda.

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