Operação Cartago: superintendente da PF explica como ocorria a fraude que desviou cerca de 500 milhões

De
acordo com o superintendente Regional da Polícia Federal no Maranhão, delegado
Alexandre Silva Saraiva, o esquema que desviou pelo menos R$ 500 milhões na carteira de financiamento de imóveis da Caixa Econômica Federal,
principalmente, o programa “Minha Casa, Minha Vida” ocorria da seguinte forma: uma pessoa
interessada em comprar um imóvel por meio dos programas sociais do governo
federal buscava informações na agência bancária. Neste momento, o agente bancário,
integrante do bando, obtia toda a documentação necessária e agia como um
corretor de imóveis. Todas as taxas pagas pelo comprador eram integralmente ou
tinham um percentual desviado com a anuência do funcionário do banco
responsável pela liberação do valor. Mais de 5 mil contratos estão sob suspeita de terem sido resultado do esquema.

Quase
todas as empresas, segundo o superintendente, tinham parentes e até os
funcionários do banco em seu quadro societário. Os escritórios funcionavam
dentro das agências utilizando até a estrutura física da CEF, como computadores
e mesas, o que servia para desfazer eventuais suspeitas das operações.

Construtoras são apontadas como integrantes do
esquema

Além
da participação de empresas de fachada que atuavam como correspondentes
bancários, o coordenador da operação, Sandro Jansen, falou que empresas de
construção civil também são apontadas como integrantes do esquema. “Visitamos
algumas dessas empresas que construíam empreendimentos, mas percebemos que se
tratava de mais um braço do grupo”, afirmou. Nenhuma empresa ou empresário foi
citado nominalmente, em razão de o processo estar sob sigilo da Justiça.



Investigações

O
delegado Sandro Jansen destacou que as investigações foram iniciadas a pedido
do banco, em 2012 e que sete servidores já foram afastados de suas funções.
Sobre a participação dos clientes, o delegado disse que todos são considerados
lesados no esquema e que uma perícia contábil da Caixa ainda vai analisar o
valor total desviado pelo grupo.


Os envolvidos no
esquema criminoso responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de
gestão fraudulenta, estelionato, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa,
advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, inserção de dados
falsos e sonegação fiscal.

 

 

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