Líder do governo rebate críticas da oposição sobre nomeações no INMEQ

O líder do governo na Assembleia
Legislativa, deputado César Pires (DEM), rebateu, nesta quarta-feira (2), as
acusações do deputado Rubens Junior (PC do B) de que o governo estaria usando o
Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (INMEQ), antigo Ipemar,
para nomear aliados que não se elegeram. César Pires disse que não existe
aberração, afronta à legislação e nem dissabor técnico por parte de qualquer
ser humano que exerça cargo público em colocar nos seus quadros pessoas
políticas.

César Pires cita como exemplos os
ministros Aloisio Mercadante (Educação), Gastão Vieira (Cultura), Flávio Dino
(Embratur), além dos secretários Victor Mendes (Meio Ambiente) e Pedro Fernandes
(Educação), todos estes políticos, técnicos e candidatos. “Quantos ex-prefeitos
um dia não colocaram um vereador para ser secretário municipal? Quantos
vereadores não vieram ingressar as fileiras de um poder público municipal
alquilado por uma secretaria?”, questionou César Pires.

 Ele parabenizou o atual diretor do
INMEQ, o ex-prefeito Jones Braga, pelo trabalho que está realizando no órgão,
ressaltando que não há nada ao arrepio da lei. “Um dia, quando a atual oposição
virar governo, pode ter certeza que alguém será secretário também, aí eu vou
perguntar se não é movido pelo sentimento político”, disse César.

 FILIAÇÕES

 Em um segundo momento do seu
discurso, César Pires destacou sua opinião sobre o troca-troca de partidos. Ele
disse que espera que o governo, ao findar o período de filiação partidária, não
vire as costas para os aliados, que não dê proteção a alguns e libere outros à
própria sorte. O deputado observou ser necessário que a governadora, como líder
política do grupo ao qual pertence, comece a fazer um programa de coordenação
dos Blocos e partidos aliados e que nesse momento tenha a compreensão exata do
que significa a atuação de um deputado na Assembleia na defesa permanente do
governo.

 César afirmou que o seu cargo
político pertence ao governo, mas a sua sorte política e o seu destino político
pertencem a ele próprio. Na sua avaliação, os deputados têm que olhar os
próprios caminhos para poderem se defender e desejou que acabe de uma vez por
todas o comércio de vagas em pequenos partidos em troca de dinheiro ou emendas.

 “O que não é certo é se ganhar
emendas iguais por uma quantidade de votos maior, enquanto que outros deputados
que se escondem da defesa do governo ganham na mesma quantidade. É preciso que
se discuta isso de forma igual, de forma equânime com a mesma igualdade. Não é
preciso fugir e se esconder da discussão”, disse César.

 O deputado César Pires denunciou
ainda que há candidatos saindo de grandes partidos, se escondendo, vendendo
emendas e cargos futuros para poder ganhar eleição. Disse que quer o bem do
governo, mas não há como se ajoelhar diante da própria sorte. Ele condenou o
tipo de comportamento em que muitos mudam de partido para poder receber as
benesses do poder perto da eleição e depois retornam porque não aquinhoaram
votos e nem tiveram musculatura para suportar a dor política.

 APARTES

 O discurso de César Pires recebeu
vários apartes. O deputado Hélio Soares (PP) parabenizou o colega por levar o
assunto à tribuna. Segundo ele, o que existe é o descompasso e heterogeneidade
da própria convivência e das cabeças que integram o parlamento, constituído por
uma a diversidade de pensamento e de objetivos.

 “Creio que todo mundo aqui tem um
sentimento voltado para o engrandecimento do nosso Estado, cada um da sua
maneira, mas o que legitima o político são os mandatos, aquilo que o povo
concede”, disse Hélio.

 Quem também se manifestou foi o
deputado Manoel Ribeiro (PTB), que ao se referir à primeira parte do discurso
do deputado César Pires quanto críticas da oposição sobre a ocupação de cargos
públicos por políticos, disse que na Prefeitura de São Luís os cargos nas
secretarias foram indicados por políticos, dentre os qual Flávio Dino e o
vice-prefeito Roberto Rocha.

 Também se manifestando sobre a
denúncia da oposição quanto ao INMEQ, o deputado Alexandre Almeida (PSD), em
aparte, disse que a oposição, quando esteve no governo, também indicou para a
Diretoria Geral do Ipemar o vereador Renato Dionísio, que tinha perdido a
eleição e era amigo do ex-governador Jackson Lago “Há algum problema nisso? Não
vejo nenhum. Agora eu só me recordo de um ditado que os meus avós me diziam:
‘todo mau pagador é um bom cobrador”.

 O deputado Edilázio Junior (PV),
também em aparte, disse que César Pires foi feliz na abordagem sobre a troca de
partidos. Para exemplificar, ele citou a situação em que um politico é eleito
por partido cristão e que amanhã vê a possibilidade de se eleger pelo partido
ateu, então hoje mesmo ele deixa de ser cristão e vai ser ateu, pensando apenas
na sobrevivência política, pouco importando a ideologia, os princípios e o
carinho que aquele partido teve por esse político ou por esse deputado.

 “Eu acho que o governo tem sim que
tomar medidas para que possa tratar de forma igualitária todos os deputados,
pois todos é iguais e tratamos o governo de forma igual e somos tratados muitas
das vezes de formas desiguais pelo governo”, declarou..

 

 

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