Facções disputam controle de bairros em São Luís

 
Facções
criminosas como Primeiro Comando do Maranhão (PCM) e o Bonde dos 40 se
instalaram na Grande São Luís, principalmente, na periferia em como Maiobão,
São Francisco, Aldeia, Anjo da Guarda, Liberdade, Divineia, Alto do Calhau,
Areinha, além de bairros que compõe a área Itaqui-Bacanga, todas dominadas pela
organização criminosa.

As presenças das facções PCM e Bonde dos 40 aparecem de forma mais intensa em
bairros como Ilhinha, no São Francisco e Vila Conceição, no Alto do Calhau.
Segundo os moradores dessas localidades, essas organizações criminosas comandam
o narcotráfico dentro e fora dos presídios como ainda proporcionam clima de
terror na localidade devido realização de execuções mútuas de seus integrantes
em busca do controle das “bocas de fumo”.

Dados estatísticos do Ministério da Justiça informam
que somente em 2013, na capital, ocorreram 587 homicídios e dentro dos
presídios, um total de 37. “Recentemente teve uma noite que foi uma verdadeira
chuva de bala em frente a minha casa, pois, o meu único medo foi de alguma me
atingir”, falou o morador da Avenida São Bento, na Vila Conceição, Francisco
Rocha, 65 anos.

Ele também comentou que esse tiroteio foi um confronto
entre os participantes do Bonde dos 40 com do PCC, na Rua da Caema. Já a outra
moradora, que não quis se identificar com receio de represália, comentou que
todos conhecem a Rua da Caema como a “Rua da Boca” devido morarem vários
traficantes e servir de local para a venda de drogas. Essa comercialização é
feita de forma a luz do dia, mas, sendo intensa na parte da noite e madrugada.
“Os aviões ficam nas portas a espera dos clientes, enquanto, os traficantes
ficam no controle da situação dentro das suas residências”.

O cenário é o mesmo na Rua da Juçara. De acordo com a doméstica Ana Almeida, de
35 anos, as casas a noite ficam fechadas, enquanto, as crianças ficam sem
brincar na rua e muitos menos os vizinhos podem sair para ir a um comércio.
“Estamos vivendo a mercê da sorte e parecendo que estamos vivendo com o toque
de recolher”, comentou a doméstica.

Sem acesso

Os veículos não têm mais acesso a Vila Conceição,
pois, as obras da ponte ainda não terminaram e isso acabou dificultando o
trabalho do policiamento ostensivo nesse bairro. “Viatura da PM não entra mais
aqui. Param na cabeceira da ponte e retornam. Esta é a nossa realidade”,
declarou Maria de Fátima Nunes, moradora da Travessa da Rua da Caema.
Na cabeceira da ponte há apenas um monte de barro e buracos com muita lama. Nem
a placa da obra não está mais no local que estava furada de bala e os moradores
resolveram arrancar.
 

Memória

Em abril deste ano, a polícia encontrou o corpo do irmão do traficante “Manoel
Chapola”, em uma rua localizada nas proximidades do Shopping do Automóvel, no
Calhau. Ainda durante esse mês, o traficante em companhia de “Leleco” foi até a
Ilhinha com o objetivo de matar “Paiakan”, que supostamente seria o autor do
crime contra seu irmão.

 
Fonte: Imparcial

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