Prefeito de Itapecuru e a irmã são acusados de aplicar golpe da “Faculdade Fantasma”

O golpe dos falsários e o sonho dos estudantes foi interrompido com a
desconfiança dos alunos
O atual
prefeito de Itapecuru, Magno Amorim (PPS), entrou escoltado no Fórum por
seguranças agressivos. Magno e a irmã, Miriam Amorim, secretária municipal de
finanças, são acusados de aplicarem golpe da “Faculdade Fantasma” na cidade.
Segundo denúncias, eles fazem parte de uma quadrilha que fraudou uma
instituição de ensino superior enganou dezenas de alunos.

Em
audiência realizada nesta sexta feira (15) no Fórum da comarca de Itapecuru
Mirim, a 112 km da capital, o prefeito compareceu acompanhado de seus advogados
e outros envolvidos no caso, alem da irmã e o pastor evangélico Wildson Luis.

No início
do ano de 2011 o Instituto Kerigma-IEK, com sede na cidade de Barra do
Corda-MA, começou a fazer propaganda em Itapecuru Mirim, oferecendo os cursos
de Pedagogia, Letras, História, geografia, matemática, educação física e
administração. Cada curso com duração de 4 anos. Dezenas de Itapecuruenses,
principalmente famílias humildes, viram no instituto uma oportunidade de
realizar o sonho do curso superior. Muitos sacrifícios para conseguir se
matricular e até empréstimos foram realizados.

De acordo
com a propaganda do Instituto Kerigma, instituto responsável pela faculdade no
município, o mesmo teria parceria com a UniCastelo (Universidade Castelo Branco)
e as aulas semanais seriam ministradas no prédio do Centro de Ensino Médio
Professor Newton Neves, escola pertencente ao governo do Estado do Maranhão que
tinha como gestor o próprio Magno.

O golpe
dos falsários e o sonho dos estudantes foi interrompido com a desconfiança dos
alunos. Eles entraram em contato com a universidade, que informou que a
parceria nunca existiu. Documentos comprovam que o Kerigma somente pode
realizar eventos religiosos. Os representantes do instituto agora respondem
criminalmente pela “faculdade fantasma”.

Mais de
80 pessoas registraram boletim de ocorrência há quase um ano contra os
suspeitos, que apresentaram e administraram a “faculdade” em
Itapecuru. Os ex-alunos pagaram cerca de 20 meses o valor de R$ 100,00. Com a
ação movida contra os envolvidos, eles pretendem reaver o valor investido e
receber uma indenização por danos morais. Cada aluno pretende receber, pelo
menos, 15 mil reais do prefeito Magno Amorim.

Recibos
de pagamento assinados por Magno com o carimbo contendo o número da matrícula
do Estado do próprio gestor, e em nome da Unicastelo, comprovam que o mesmo
recebia em mãos os valores pagos pelos matriculados.

Nesta
primeira audiência de conciliação, segundo o advogado das vítimas, Pablo
Cassas, Magno e Miriam não apresentaram nenhuma proposta de conciliação. Já
Wildson Luis disse que tentaria conseguir uma outra instituição para encaixar
os alunos lesados. Os alunos afirmam ter procurado resolver há muito tempo e
nunca conseguiram sequer uma declaração dos indiciados e não aceitaram a
proposta..

Contudo,
a juíza titular da 2ª Vara da Comarca de Itapecuru Mirim, Samira Barros Heluy,
vai passar para ao fase de instrução e todos aguardam o pronunciamento da
justiça através da sentença que será proferida pela mesma. 

No próximo
dia 25 deste mês acontece mais uma audiência com os acusados e mais 15 alunos
lesados. O prefeito Magno saiu as pressas do Fórum por uma porta de
serviço para tentar evitar a equipe de reportagem da TV Difusora da região.
“Diante de sua cabeça baixa durante toda a audiência e a sua saída fugindo, nós
ex-alunos, pais e mães de família, acreditamos em você Magno Amorim,
acreditamos na faculdade que você nos apresentou e agora queremos justiça e
somos vitoriosos porque chegamos até aqui”, desabafou a ex-aluna Graça Viana.

     

 

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