Ouvido em audiência na Câmara no dia 10, diante das suspeitas de cobrança de propina e de fraudes no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Lupi negou ter entrado em avião pago por Adair ou por qualquer outro empresário e disse que só embarcou em aeronaves custeadas pelo PDT: “Já andei em aviões que o PDT alugou para eventos da legenda. Todos são contabilizados e as contas prestadas”.
Surpresa Igor Lago, “como filho e dirigente partidário”, diz ter ficado “surpreso” com as declarações e a nota divulgada por Lupi, presidente nacional licenciado do PDT. Segundo ele, uma cópia dos gastos do partido no Maranhão foi solicitada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e será encaminhada ao diretório nacional e à Polícia Federal (PF), que passou a investigar o voo do ministro e do então secretário de Políticas Públicas de Emprego num avião que teria sido custeado pelo presidente da Fundação Pró-Cerrado.
“Terei amanhã (hoje) a prestação de contas do partido, registrada no TRE. Seguramente, não houve esse gasto com o aluguel do avião. Isso será confirmado, será esclarecido”, diz o presidente do diretório regional do PDT no Maranhão. Igor Lago afirma ainda que seu pai participou da comitiva apenas como convidado. “Era uma agenda executiva, de lançamento do Projovem, de programa de capacitação profissional”, diz Igor. “Meu pai era presidente do diretório do PDT no Maranhão e acompanhou o ministro, que é do mesmo partido.”
A presidência nacional do PDT em exercício espera para hoje as explicações sobre o voo no Maranhão. Coube ao deputado Weverton Rocha, ex-assessor especial de Lupi e suspeito de cobrança de propina de entidades contratadas pelo MTE, apresentar os detalhes da viagem feita com o presidente da Fundação Pró-Cerrado a bordo. “Esperamos os esclarecimentos, com informações sobre o plano de voo, por exemplo. Que tudo fique claro para o partido e para a opinião pública”, afirma o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), presidente em exercício da legenda e ex-secretário executivo do MTE na gestão de Lupi, entre 2004 e 2010. Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Weverton Rocha informou que busca o plano de voo. “Ainda não conseguimos contato com o piloto.” A assessoria nada informou sobre a comprovação de que o PDT realmente pagou pelo voo, como ele sustenta desde o início do escândalo.