O relatório final da Operação 18 Minutos, da Policia Federal, aponta lavagem e dinheiro, através de gastos excessivos com cartão de crédito, da desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, cunhada do ex-presidente José Sarney. De acordo com os investigadores, os gastos de Nelma com o cartão são incompatíveis com sua remuneração e o seu patrimônio.
A desembargadora que está afastada de suas funções, é investigada sobre esquema de corrupção no Tribunal de justiça do Maranhão. Seu afastamento é anterior à Operação 18 Minutos. Ela foi acusada de usar o cargo para ajudar um ex-assessor, com quem trabalhou entre 1991 e 2014, a ser aprovado em um concurso de cartórios no Estado.
Em 2022, os gastos de Nelma Sarney no crédito somaram R$ 504 mil – uma média de R$ 42 mil mensais, ou seja, mais que o teto salarial pago ao funcionalismo, que é de R$ 44 mil brutos, ou cerca de R$ 32 mil líquidos. Segundo dados do Portal da Transparência, a remuneração líquida da desembargadora no ano foi de R$ 425 mil.
Para a PF, as despesas no cartão de Nelma foram pagas com dinheiro de corrupção. “É possível inferir que a sua despesa com cartão de crédito pode ter sido paga com recursos de origem ilícita, o que configura modalidade de lavagem de dinheiro”, diz o relatório final da Operação 18 Minutos, documento de 174 páginas que aportou na semana passada no gabinete do ministro João Otávio de Noronha, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF resgatou dados sobre gastos da desembargadora com cartão de crédito nos anos de 2015, 2016, 2020, 2021 e 2022. Eles mostram que Nelma usou o cartão para despesas em montante elevado em todo o período.
Em 2015, a desembargadora gastou R$ 359.491,58. Em 2016, foram gastos R$ 278.341,87. Em 2020, R$ 296.960,52. Depois, em 2021, o cartão de crédito de Nelma Sarney bateu em R$ 353.172,91