Flávio Dino quer “enquadrar” Roseana na Lava Jato

O
governador Flávio Dino (PCdoB) encaminhará ao Ministério Público um relatório
em que responsabiliza a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) no esquema de
pagamento de precatórios a uma empreiteira investigada pela Operação Lava Jato,
da Polícia Federal. Elaborado pela Comissão de Investigação, instituída pelo
chefe do Executivo maranhense, o documento trará provas de que o acordo não
trouxe qualquer vantagem para o Estado. A informação é do colunista Lauro
Jardim, de Veja.
Um
dos indícios de irregularidades apontado pela comissão de Dino é uma ação
rescisória proposta pelo Ministério Público do Maranhão, anterior ao
acordo entre o governo estadual e a construtora. A recomendação foi
desconsiderada pelo próprio MP do Estado quando a negociação foi fechada.
O órgão é comandado pela procuradora-geral de Justiça Regina Rocha, irmã
do atual deputado federal Hildo Rocha (PMDB), secretário de Cidades do governo
Roseana Sarney.
De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, Youssef negociava o pagamento de
precatórios do governo do Maranhão a uma empreiteira. A dívida era de R$ 113
milhões e dizia respeito a serviços de terraplanagem e pavimentação da BR-230
contratados na década de 1980. Para “furar a fila” e antecipar o
pagamento, Roseana teria recebido R$ 6 milhões, de acordo com, Meire Poza,
ex-contadora de Youssef. Furar a fila pode levar um impeachment de governador,
mas, antes de Flávio Dino assumir o governo, Roseana renunciou ao cargo.
A Procuradoria Geral do Estado do Maranhão (PGE) reagiu
e, em nota oficial declarou regular a negociação dos precatórios. “O
Estado do Maranhão não realizou qualquer acordo com o senhor Alberto
Youssef”, dizia o documento. No entanto, o próprio Youssef confessou, em
janeiro passado, que pagou propina ao governo Roseana.
Diante das denúncias, desde agosto do
ano passado está suspenso o pagamento das parcelas da dívida,
como determina liminar da juíza Luiza Madeiro Neponucena, da 1ª
Vara da Fazenda Pública.
Em seu acordo de delação premiada, o
doleiro Alberto Youssef disse que o precatório estava sendo negociado por 40
milhões de reais pelo então chefe da Casa Civil do Estado do Maranhão, João
Abreu, e pela contadora de Youssef na época, Meire Poza. Pelo acordo, o valor
do precatório seria parcelado em 24 prestações, João Abreu receberia 3 milhões
de reais de comissão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *