Em sua coluna dominical Sarney diz que o MA não tem culpa pela corrupção e bagunça na Petrobrás

O
ex-presidente da República, José Sarney, criticou  em sua coluna dominical, deste domingo, no jornal
O Estado de Maranhão, a Petrobras pelo cancelamento da execução da obra da
refinaria 1 em Bacabeira. 
Para
o peemedebista, a decisão da Petrobrás de suspender a obra é uma demonstração
discriminação, desprezo, ingratidão e injustiça.
Que culpa tem o Maranhão pela bagunça e
corrupção da Petrobras? Pagamos nós pela Lava jato! Eu não aceito essa decisão.
E agora destroem o sonho em realização da Refinaria do Maranhão e mandam
colocar os dois bilhões que já gastaram em perdas. Investir no Maranhão é perda
“,
ironizou.
A
estatal, alvo da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção que
também envolve políticos e empreiteiras, informou, na quarta-feira (28), que as
perdas das refinarias Bacabeira e em Pecém (CE) são consequência da
“descontinuidade” dos projetos. Ou seja, ambos foram descartados do
plano de investimento.
Os
dois projetos foram orçados em US$ 30 bilhões, em 2008. A refinaria do Maranhão
estava prevista para entrar em funcionamento em 2016 e a do Ceará, em 2017.
Sarney disse ainda que o Maranhão deixou de ter ministros, perdemos o Ministério de Minas e Energia e o do Turismo e não temos mais uma voz forte para fazer a defesa de nossa gente, em cargo nenhum da República. 
Leia
o artigo na íntegra:
O
Maranhão recebeu apático uma decisão que é uma manifestação de discriminação,
desprezo, ingratidão e injustiça: cancelaram a construção da grande Refinaria
Premium da Petrobras em Bacabeira.

tornei público meu protesto, minha revolta e minha incompreensão. O Maranhão
esperou 30 anos por um grande projeto de estrutura de base, para mostrar que o
Brasil não pode continuar a ser dois Brasís, um rico e um pobre. Grita-se,
censura-se, responsabilizam pessoas pelo IDH, um índice de país rico que não
expressa nada, a não ser o beau geste do primeiro mundo para dizer que se
preocupa com questões sociais.
Mas
na hora de fazer ações concretas para acabar com as desigualdades regionais –
matéria que é um dos “objetivos fundamentais da República”, segundo a
Constituição, não se tem é colocado nas prioridades nacionais. Os fundos de
participação dos estados são contidos em limites precários, incapazes de fazer
a diferença. Não há incentivos efetivos aos empréstimos dos bancos de
desenvolvimento, como taxas de juro diferenciadas das dos estados ricos. A área
econômica do governo é indiferente, ou mesmo hostil, a medidas que possam fazer
os estados pobres competitivos, capazes de atrair investimentos que normalmente
vão para os estados ricos. E se fala em guerra fiscal! Como se isso pudesse
alterar realmente o imenso desequilíbrio entre as regiões.
O
Maranhão já fez muito. Conseguiu grandes investimentos privados, não por ter o
apoio federal, mas por ter condições de competitividade, como o Porto do
Itaqui, velho sonho que tornamos realidade e que nos aproxima dos mais
importantes mercados do mundo, como a descoberta do gás em terra, responsável
pela produção, até 2015, de dois mil megawatts, sem os quais o racionamento
rondaria o país.
Mas
neste mês fatídico o Maranhão desceu ladeira abaixo. Deixou de ter ministros,
perdemos o Ministério de Minas e Energia e o do Turismo e não temos mais uma
voz forte para fazer a defesa de nossa gente, em cargo nenhum da República. E
agora destroem o sonho em realização da Refinaria do Maranhão e mandam colocar
os dois bilhões que já gastaram em perdas. Investir no Maranhão é perda.
Que
culpa tem o Maranhão pela corrupção e pela bagunça da Petrobras? Pagamos nós
pela Lava Jato!
Eu
não aceito essa decisão de acabar com a refinaria em nossa terra.
Falta
de dinheiro na Petrobras! Por que não abrir a empresas estrangeiras a
construção? Aí estão capitais chineses, americanos, ingleses, holandeses,
sauditas, árabes e tantos outros.
Posso
não estar mais vivo, mas sei que, se mantivermos a luta, classes empresariais,
povo, governo, todos unidos, essa decisão será revertida e um dia vamos ver a
refinaria do Maranhão.

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