Empresários negam em CPI formação de cartel no Maranhão

 

No terceiro dia de
oitivas da CPI do Combustível, mais três donos de postos de
combustíveis negaram a existência de cartel nos postos de São Luís. Apesar de
terem sido multados e obrigados a pagarem cestas básicas depois de acordo na
justiça, e o Ministério Público ter comprovado a existência de cartel nos
postos na capital nenhum dos depoentes ainda soube explicar os motivos para o
alinhamento no preço da gasolina.

O primeiro a depor foi o empresário Carlos
Moacir Lopes Fernandes. Perguntado pelos deputados sobre o alinhamento no preço
da gasolina de R$ 2,99, este ano, o empresário negou a existência de cartel.
Ele já havia sido acusado de participar da formação de cartel depois que a
justiça provou, através de escutas telefônicas, gravadas em 2011, que ele
negociava preços de combustíveis com outros empresários da cidade.

Dono de três postos em São Luís, Thiago Moraes
Lima foi o segundo a prestar depoimento. O empresário também aparece nas
investigações como participante da negociação de preço e assim como Carlos
Moacir, foi flagrado em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça em
2011,  negociando preços com outros donos de postos.  Os dois
empresários negaram a participação em cartel.

Thiago Lima afirmou durante seu depoimento que
nunca combinou preço com o concorrente e disse era inocente, mas que mesmo
assim,  aceitou fazer acordo com o MP para evitar desgaste com o processo
na Justiça. Ele disse ainda, que seu posto sempre foi conhecido pelo baixo
preço, mas que o aumento na bomba para R$2,99 ainda não é o ideal. “Com
esse preço de R$ 2,99 dá pra sobreviver, mas o correto para se ter lucro seria
na faixa de  R$ 3,09”.

O último a depor foi o empresário Herbeth de
Jesus Costa dos Santos. Ele tentou explicar para a CPI os motivos para o
aumento dos preços dos combustíveis. Segundo ele, os preços nas bombas não
estão fora da realidade como dizem e que o setor passa por uma crise, onde
muitos empresários estão sendo obrigados a fechar seus postos por causa dos
altos custos e do lucro reduzido com os constantes reajustes das
distribuidoras.

“Fomos obrigados a estacionar nesse preço
da gasolina de R$ 2,99 porque quem ultrapassasse a barreira dos R$ 3,00 teria
uma baixa significativa nas vendas e não conseguiria pagar as contas. A conta é
simples. Se existisse cartel em São Luís estaríamos vendendo gasolina por mais
de R$ 3,09 há muito tempo”, afirmou. 

Para os deputados Othelino Neto (PCdoB),
presidente da CPI e para o relator, deputado César Pires (DEM), os
depoimentos  prestados até agora não convence, e apenas reforça o que a
comissão está investigando que é a existência de formação de cartel nos postos
da capital.

Os depoimentos desta sexta-feira foram remarcados
para a próxima semana. Na terça-feira será ouvido o ex-presidente do Sindicato
de Revendedores de Combustíveis no Maranhão, Dileno Tavares. Ele faltou ao
primeiro depoimento sem justificativas e é um dos empresários investigados pelo
Ministério Publico depois de aparecer nas escutas telefônicas supostamente
negociando aumento do preço de combustíveis em São Luís. O outro convocado é o
promotor Osmar. Na quarta-feira (30), a CPI encerra a etapa de oitivas com os
depoimentos de mais quatro testemunhas.  

A CPI dos Combustíveis foi instaurada no dia
três de abril depois de uma serie de denúncias de consumidores de São Luís
sobre o aumento abusivo do preço dos combustíveis, principalmente do litro da
gasolina que desde o inicio de março, está custando R$2,99  em quase todos
os postos da cidade.

 

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