O papa é pop na Globo e criticado na Record

Uol

Ligada
à Universal, a Record repisou exaustivamente as cenas “exclusivas” de
um ataque de tubarão em Recife, para não abrir as câmeras ao papa Francisco.
Recorreu também a uma interminável viagem de trem por Maranhão e Pará, no
“Jornal da Record”.

Quando
entrou no assunto, afinal, aproveitou para anotar que manifestantes
“reclamam do posicionamento da Igreja Católica sobre o aborto”,
destacando que no Uruguai, após a legalização, nenhuma mulher morreu do
procedimento. Não é a primeira vez que a rede evangélica apela ao aborto para
questionar a igreja

Por
outro lado, a Globo relatou com sorrisos largos a passagem pelas ruas do Rio,
que deixou os fiéis “encantados com a simplicidade do santo padre”,
na locução do “Jornal Nacional”.

“O
papa é pop”, dizia uma entrevistada. “Ele é gente como a gente”,
acrescentava outro. “A cada esquina ele faz novos amigos”, ecoava o
próprio repórter. O tom só mudou um pouco ao abordar o “confronto”
entre manifestantes e policiais.

Ao
longo de tarde e noite na Globo News, além dos padres comentaristas que dão ao
canal de notícias um tom católico quase oficial, a apresentadora Leilane
Neubarth anunciou a certa altura que o papa Francisco alcançou o que buscava:
“Todos os corações já estão abertos para ele”.

Entre
as emissoras católicas, a Rede Vida foi mais sóbria, como é característica sua.


a carismática Canção Nova, entre pedidos de doação de dinheiro e até ouro nos
intervalos, inclusive um que oferecia foto de Francisco em troca de R$ 20,
avisou que quem assistisse às transmissões podia “lucrar com
indulgências”.

Explicou
serem “graça de Deus” para os vivos ou para quem enfrenta “a
purgação final no purgatório”.

Das
redes nacionais, a que abriu mais espaço à chegada do papa ao Rio foi a Band.
José Luiz Datena narrou ao vivo no “Brasil Urgente”, entre
brincadeiras mais ou menos respeitosas, o congestionamento enfrentado por
Francisco na avenida Presidente Vargas.

A
seu lado, o filósofo Mário Sérgio Cortella, da PUC-SP, era chamado para
comentar não só “o desprendimento desse argentino humilde”, no dizer
do apresentador, mas se os carros da comitiva “erraram o caminho”.

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