Barbosa: “A vontade dela coincide com a minha”

O
presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse em entrevista
coletiva no final da tarde, em Brasília, que também é a favor de uma consulta
popular para apreciar uma emenda constitucional com uma reforma política.
“A vontade dela coincide com a minha”, afirmou Barbosa, referindo-se
à presidente Dilma Rousseff, com quem esteve à tarde, antes de falar aos
jornalistas. “Temos de ter consciência de que precisamos incluir o povo
nas decisões”, completou.

Joaquim
Barbosa disse que foi convidado pela presidente ontem à tarde para ir ao
Palácio do Planalto nesta terça-feira. “Fui levar a ela a minha
posição”, afirmou. Ele evitou, diante dos jornalistas, na sede do Conselho
Nacional de Justiça, usar a palavra plebiscito, mas procurou interpretar as
palavras de ontem de Dilma. “Ela pode reunir suas propostas numa emenda constitucional”,
disse.

O
ponto mais importante da entrevista de Barbosa foi sua negativa enfática que
uma eventual candidatura à presidência da República. “Não tenho a menor
vontade”, disse ele, que foi apontado pelo Datafolha como o preferido por
30% dos brasileiros que foram às manifestações. No último domingo, Barbosa
também foi lançado à presidência pelo colunista Elio Gaspari.

Sobre
as mudanças por meio de plebiscitos, ele se mostrou favorável. “Todas as
mudanças importantes na história do Brasil – a independência, a República –
foram decisões de cúpula. É preciso envolver e o povo”, disse ele.

Joaquim
Barbosa chegou a apresentar uma ideia do que poderia ser incluído na reforma
política, a implantação do sistema de recall eleitoral. “O eleitor pode
resgatar o mandato se não estiver satisfeito com a postura de seu
representante”, explicou Joaquim. “O último caso famoso de recall
aconteceu na Califórnia, em 2002, quando um governador Davis, posteriormente ao
recall, perdeu seu mandato”.

O
presidente do STF não demonstrou receio de que a convocação de um plebiscito
para aprovar a reforma política venha a ameaçar a democracia brasileira.
“A democracia brasileira está madura, mas é preciso tomar agora as
decisões certas”, asseverou. “Eu vivi nas grandes democracias do
mundo, tenho consciência formada não apenas com o que acontece aqui”.

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