Em julgamento de cotas, índio guarani é expulso do plenário do STF

O índio guarani Araju Sepeti, após interromper por mais de
uma vez o voto do ministro Luis Fux, foi expulso na tarde desta quinta-feira do
plenário do Supremo Tribunal Federal. Hoje é o segundo dia do julgamento sobre
a política de reserva de cotas raciais nas universidades brasileiras.

Enquanto ministro Fux elogiava a política de cotas para
negros, Sepeti, que estava sentado no auditório, passou a gritar, pedindo que
os indígenas também fossem citados nas falas dos ministros.

Ele foi advertido pelo presidente do tribunal, ministro Ayres
Britto, mas continuou a falar alto e interromper a fala de Fux. Britto, então,
mandou aos seguranças que retirassem Sepeti, que estava acompanhado de sua
mulher e duas filhas, uma delas ainda bebê.

Sepetii resistiu e foi arrastado para fora do tribunal,
gritando que seu braço estava sendo machucado. Sua filha e sua mulher também
gritavam e chamavam os seguranças de “racistas” e
“cavalos”. “É assim que tratam o índio no Brasil”, afirmou
Sepeti.

“A democracia tem seus momentos que ultrapassam a
dose”, afirmou o ministro Fux após a expulsão de Sepeti.

“Vocês violam os direitos de
todos e não respeitam a Constituição. O Brasil é composto de três raças: raça
indígena, raça branca e raça negra. E esses safados [seguranças] não
respeitam”, afirmou Sepetii.

O julgamento do Supremo, que começou ontem, é sobre o
processo ajuizado pelo DEM (Partido dos Democratas) contra as cotas implantadas
na UnB (Universidade de Brasília), que reserva 20% das vagas para negros e
pardos. Outro processo relacionado a esse, que questiona o ProUni e suas cotas
para indígenas, deve ser julgado em breve.

A folha

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