Mais de 30 instituições particulares são suspeitas de manipular nota do Enade

Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) identificou em pelo menos 31 instituições
particulares de ensino superior problemas em relação à participação dos seus
alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). De acordo
com o ministério, há “inconsistência nos dados”, já que nessas faculdades
o número de estudantes que participaram da avaliação é inferior ao de formandos
indicados pelo Censo da Educação Superior.
O levantamento foi feito após denúncia encaminhada à pasta de que a
Universidade Paulista (Unip) estaria selecionando apenas os seus melhores
alunos para participar do Enade e, assim, conseguir notas mais altas. A mesma prática poderia estar ocorrendo nessas
outras instituições. Todas as faculdades foram notificadas e algumas já
enviaram esclarecimentos ao MEC.
Ontem (22), o ministério anunciou que instalou uma auditoria
com prazo de 60 dias para aprofundar as investigações contra a Unip. Outra
medida tomada foi a determinação de visitas de comissões de especialistas para
avaliação in loco de todos os cursos da universidade que estejam em fase de
renovação ou de reconhecimento do credenciamento. Em geral, os cursos não
precisam passar por essa etapa de avaliação se tiverem nota superior a 3 (em
uma escala de 1 a 5) nos indicadores de qualidade do MEC, como o Conceito
Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos
(IGC).
Segundo o ministério, caso sejam confirmadas as tentativas de manipular
os resultados do Enade também nas outras 30 instituições, serão aplicadas as
mesmas medidas determinadas à Unip. O exame é aplicado anualmente pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) a estudantes
concluintes e ingressantes de cursos superiores de universidades públicas e
particulares. A cada ano, é avaliado um grupo específico de cursos de
graduação. O objetivo é aferir a qualidade do ensino oferecido pelas
instituições. Aquelas que apresentam resultados insatisfatórios podem sofrer
sanções do MEC, como corte de vagas e até fechamento do curso.

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