Sarney vai reunir líderes para garantir urgência a projeto que uniformiza alíquotas do ICMS

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),
afirmou nesta terça-feira (28) que reunirá o colegiado de líderes para garantir
urgência para votação do projeto de resolução (PRS 72/ 2010), que uniformiza as alíquotas
do ICMS ICMS Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação. De competência dos estados e do Distrito
Federal, incide sobre a prestação de serviços nos seguintes setores: operações
relativas à circulação de mercadorias, inclusive fornecimento de alimentação e
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; transporte
interestadual e intermunicipal; comunicação; e serviços prestados no exterior.
Também incide, entre outras operações, sobre o fornecimento de mercadorias com
prestação de serviços que estão fora da competência tributária dos municípios e
de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre esse setor,
de competência dos municípios. nas operações interestaduais com bens e
mercadorias importados do exterior. Sarney recebeu dirigentes sindicais e
empresários da indústria, que pediram agilidade do Senado para aprovação da
proposta.
– Vamos antecipar a votação [do PRS 72/10] desde
que as lideranças aceitem estabelecer urgência urgentíssima em torno dessa
matéria – afirmou Sarney durante o encontro realizado no gabinete da
presidência do Senado.

Para o presidente do Senado, a união entre
empresários e trabalhadores em torno da proposta demonstra o amadurecimento do
país.

– Uma reunião dessa natureza significa o quanto nós
avançamos de tal maneira que capital e trabalho possam, em igualdade de
condições, estabelecer políticas dentro do interesse nacional. Portanto, essa é
uma reunião histórica – afirmou.

Projeto

O objetivo do projeto de resolução, de autoria do
líder do governo no senado, Romero Jucá (PMDB-RR), é combater a guerra fiscal
causada pelos incentivos concedidos por alguns estados para atrair empresas. A
versão atual do projeto, que está em análise na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ), estabelece a redução gradativa das alíquotas do ICMS
para 2% até 2015, mas o governo já sinalizou que pretende fixar a alíquota do
ICMS em 4%, sem período de transição, já em 2012.

– A ideia é que agora em março façamos audiências
públicas conjuntas da CAE [Comissão de Assuntos Econômicos] e da CCJ [Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania] e, até o fim do mês, tenhamos condição de
votar essa matéria – disse Jucá, que também participou da reunião.

Segundo Jucá, a concessão de créditos do ICMS gera
distorções, já que os estados de origem acabam transferindo parte do ônus aos
estados de destino dos produtos ou serviços tributados.

– É um assunto que confronta alguns estados, mas
temos que enfrentá-lo. Estamos negociando com a equipe econômica do governo
compensações para estados como Santa Catarina e Espírito Santo – afirmou Jucá,
citando estados que têm manifestado preocupação com a aprovação do projeto.

Problemas

Para o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP),
presidente da Força Sindical, a decisão de dar urgência à proposta no Senado é
um alívio para a indústria e a classe trabalhadora.

– É um alívio não só para a indústria como também
para os trabalhadores que estão perdendo empregos. Vamos continuar a pressionar
aqui no Congresso e discutir com os líderes as alterações que precisam ser
feitas na resolução – afirmou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *