Estado debate saúde integral da população negra na Escuta Territorial em Codó

Municípios das regionais de Codó e Caxias participaram  de debates promovidos pelo Governo do Estado, através das Secretarias Estado da Igualdade Racial e da Saúde, com a participação do Conselho Estadual de Igualdade Racial do Maranhão e do Conselho Estadual de Saúde, com o objetivo de elencar as demandas e prioridades da população para a elaboração do Plano Estadual de Saúde Integral da População Negra.

Esta é a quarta edição do evento e aconteceu em Codó no auditório da Associação Comercial, com a participação dos profissionais e gestores públicos da saúde, igualdade racial, assistência social, agentes de saúde, lideranças de movimentos da sociedade civil, conselheiros, lideranças negras e comunidades tradicionais ligadas aos movimentos quilombola e de matriz africana.

“Esta é uma oportunidade para que todas as entidades da sociedade falem sobre suas necessidades de saúde, denunciem a falta de acesso e reconheçam quando o serviço é bem feito. É o governo que vem ao território para dialogar com o povo”, declara a superintendente de Atenção Primária em Saúde da SES, Silvia Viana, sobre o carpater participativo na construção desta política.

Este diálogo com a sociedade e gestores públicos está sendo aplicado em oito territórios de saúde, nas 19 Unidades Regionais de Saúde (URS), totalizando os 217 municípios maranhenses, sendo 150 prioritários para elaboração da política de saúde da população negra no Maranhão. O encontro já foi realizado nas regionais de Itapecuru, Pinheiro e Bacabal, onde o público presente pautou as principais demandas da população sobre saúde e elencou propostas para a construção coletiva do plano estadual.

Jacinta Maria, representante do Conselho Estadual de Igualdade Racial, relata que as propostas apresentadas devem assegurar uma atenção adequada aos problemas e agravos de saúde da população negra.  “Este é um momento ímpar para a sociedade apresentar as sugestões do tipo de saúde e do atendimento que queremos, porque nós, negros, temos nossas especificidades na questão da saúde”.

Segundo a professora Jacinta, algumas doenças são mais incidentes na população afrodescendente que no restante do conjunto da população. “Por causa de fatores genéticos, biológicos e socioeconômicos históricos, os negros são mais sujeitos a desenvolverem anemia falciforme, doença hipertensiva da gravidez, hipertensão arterial, diabetes mellitus e outras. Por isso, é preciso um olhar diferenciado da saúde pública para os negros”.

“O que estamos observando é que nos municípios, e, principalmente nas comunidades quilombolas, existem demandas para o atendimento da saúde da população negra, mas não há um olhar quanto às especificidades das doenças que afetam essa parcela da sociedade. Por isso, esta política nasce do debate e das necessidades e estamos aqui para ouvir e montar prioridades e propostas para que o governo leve em frente e transforme em lei”, reforça Socorro Guterres, secretária-adjunta de igualdade racial.

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