CGU ABRE REBELIÃO CONTRA DECISÃO DE TEMER

247- Um grupo de pelo menos 900 servidores do
novo Ministério de Transparência, Fiscalização e Controle, que substituiu
a Controladoria-Geral da União (CGU), realizou um protesto na tarde desta
segunda-feira, 30, em Brasília, para pedir a saída do ministro Fabiano Silveira
e a permanência do antigo órgão. O ato é organizado pelo Sindicato
Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon).
Chefes de pelo menos duas regionais do ministério
entregaram seus cargos em protesto à permanência do chefe da pasta, depois de
Fabiano Silveira ter sido flagrado em gravações de Sérgio Machado,
ex-presidente da Transpetro, criticando a Operação Lava Jato e dando
orientações ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), diante da
investigação.
Os chefes das unidades da Bahia, Adilmar Gregorin,
e de São Paulo, e Roberto Viéga, confirmaram a saída dos cargos. De acordo com
Gregorin, todos os comandantes regionais estão aderindo ao movimento, na
tentativa de deixar claro que não aceitarão Silveira à frente da pasta de
combate à corrupção. Após a divulgação dos áudios neste domingo, o
presidente interino, Michel Temer, disse que o ministro fica “por
enquanto”.
Além de pedir a saída do ministro da Transparência,
o grupo de manifestantes também pede a aprovação de proposta de emenda à
Constituição que estabelece que as funções da CGU sejam exercidas por órgãos de
natureza permanente. Ou seja, pelo texto, a estrutura do órgão não poderia ser
alterada para integrar um ministério.
Os servidores questionam o desmembramento da
Controladoria e a sua vinculação ao recém-criado Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controle no governo Temer. Nesta manhã, os manifestantes já
haviam feito um ato em frente à sede da CGU, onde lavaram as escadas do prédio
que abriga o órgão e impediram a entrada do ministro.
Para o líder do PT na Câmara, deputado Afonso
Florence (BA), a gravação “desnuda a pretensão da cúpula do governo de
obstruir investigações”. Na avaliação dele, Silveira não tem condições de
permanecer no cargo. 
“É óbvio que um ministro com as atribuições
que ele tem não tem condição nenhuma de estar no cargo. São muitas as
evidências de tentativa de obstrução da justiça. Claro que todo mundo tem
direito à defesa, mas nada disso justifica ter como ministro nesse cargo alguém
que é pego, se isso for mesmo confirmado, nessa situação”, afirmou.
Leia mais na reportagem da Agência Brasil:
Após gravações, servidores da extinta CGU pedem a
Temer demissão de ministro
Paulo Victor Chagas – Funcionários do novo
Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle fizeram uma manifestação
em frente ao Palácio do Planalto cobrando a saída do ministro da pasta, Fabiano
Silveira, após ele aparecer em gravações orientando a defesa de investigados e
criticando a Operação Lava Jato.
Os manifestantes chegaram à Praça dos Três Poderes
por volta de 16h, quando havia cerca de 250 pessoas, de acordo com a Polícia
Militar do Distrito Federal, e saíram uma hora depois. Eles pediram que o
presidente interino Michel Temer tire Fabiano do cargo, usando palavras de
ordem como “Temer, demite”, “Fica, CGU” e “Fabiano vai
cair, vai cair, vai cair”.
Apesar da pressão, a determinação de o presidente
interino, até o momento, é de manter o ministro no cargo.
Os servidores querem o retorno do nome anterior da
pasta: Controladoria-Geral da União (CGU). Ele também exibiram faixas com os
seguintes dizeres: “Combate à corrupção já tem nome. CGU”,
“Fortalecer sim, extinguir jamais” e “Tirem as mãos da
CGU”. Eles usaram vuvuzelas e fogos de artifício na manifestação.

Mais cedo, os funcionários fizeram uma lavagem das
escadas em frente à entrada do ministério e solicitaram afastamento dos cargos
de comissão que ocupam em forma de protesto.


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