Delegado envolvido no caso Stenio Mendonça é absolvido em júri

A 2ª Vara do Tribunal do Júri da capital absolveu
nesta quarta-feira (29), o delegado de polícia estadual José Ribamar Pinheiro
Ferreira, um dos supostos envolvidos na morte do delegado Stênio José Mendonça,
ocorrida em 25 de maio de 1997, na Avenida Litorânea.

O réu foi submetido a julgamento após a Polícia ter
constatado, após inúmeras investigações, que o delegado teria participado da
trama da prática delituosa e, ainda, integrado a quadrilha acusada de praticar
vários crimes no estado. De acordo com as informações da quebra de sigilo
telefônico, constantes nos autos do processo, o acusado José Ribamar Pinheiro
teria mantido contatos telefônicos com o acusado Joaquim Felipe de Sousa Neto
(Joaquim Lauristo) antes e depois do crime e, após o assassinato do delegado
Stenio Mendonça, teria se reunido com ele e Zé Júlio, em uma fábrica de
sandálias de sua propriedade, no Tibiri, onde teriam bebido em comemoração.

Após inúmeros debates no 2º tribunal do júri, cuja sessão
começou às 8h30 e se prorrogou até às 16h, o Conselho de Sentença negou por
maioria de votos a autoria do crime pelo delegado José Ribamar Pinheiro, em
consonância com as teses defendidas em plenário, tanto pelo advogado de defesa
quanto pelo órgão do Ministério Público Estadual.

No entanto, reconheceu a materialidade delitiva do
crime de homicídio e de formação de quadrilha. A presente sessão do júri foi
presidida pelo magistrado José Ribamar d’ Oliveira Costa Júnior, que
encontra-se respondendo pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da capital, cujo
titular é o juiz Gilberto de Moura Lima.

Caso Stenio Mendonça

Stenio Mendonça foi morto a tiros de revólver
disparados por José Vera Cruz Soares Fonseca, o Cabo Cruz, no dia 25 de maio de
1997, por volta das 11h30, na Praça do Pescador, na Avenida Litorânea.
Acompanhava o executor José Rodrigues da Silva, o Zé Júlio, que, empunhando uma
pistola, propiciou meios para facilitar a execução.

O motivo da empreitada criminosa, articulada por
José Humberto Gomes de Oliveira (Bel) e pelo acusado Joaquim Lauristo, seria
uma investigação em andamento feita pelo delegado Stenio Mendonça à época, para
desvendar o desaparecimento de uma carreta, ocorrido em Santa Luzia do Tide
(MA). A carreta teria sido localizada e apreendida pelo delegado em um imóvel
pertencente a outro acusado pelo crime, Joaquim Lauristo, e ocupado pelo então
deputado Francisco Caíca Uchôa Marinho, o Chico Caíca.

Provas indiciárias colhidas à época indicaram como
sendo de uma organização criminosa responsável pelo roubo de cargas no Maranhão
a autoria do crime. Além dos citados, fariam parte da organização: José
Humberto Gomes de Oliveira, o Bel; Carlos Antonio Martins Santos, cunhado de
Bel; Carlos Antonio Maia, o Carlinhos; Marcondes de Oliveira Pereira; Israel
Cunha, o Fala Fina; José Gerardo de Abreu, Ilce Gabina de Moura Lima e Luis de
Moura Silva. No ano do crime, Marcondes de Oliveira Pereira, Israel Cunha (Fala
Fina), Bel e Cabo Cruz foram assassinados no dia 03 de julho daquele ano, no
município de Santa Inês (MA), fato que ficou conhecido como Chacina do Barro
Vermelho.

 
 
 
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