Timon: Prefeita recebeu R$ 154 milhões 2011, não pagou e ainda demitiu servidor

A oposição reagiu dizendo que esta “interdependência de poderes” custou mais de 11 mil votos de humildes timonenses que a prefeita deu para o genro da desembargadora Nelma Sarney, o bem eleito deputado Edilásio Júnior
                                                                                                  Portal Hoje
Mesmo tendo recebido mais de R$ 154 milhões em 2011, somente de Fundeb, FPM e ICMS, a prefeita Socorro Waquim não honrou seus compromissos financeiros com fornecedores, atrasou salários de servidores em até cinco meses e, com a desculpa de que iria enxugar a folha para atender a Lei de Responsabilidade Fiscal, demitiu todos os que haviam contratado irregularmente no mês de dezembro, com um detalhe gravíssimo: não pagou os atrasados e os direitos trabalhistas dos demitidos.
Muitos dos atingidos com as demissões de fim de ano estão relutando em denunciar a prefeita na Justiça Trabalhista porque ainda acreditam em sua palavra de recontratar a todos – mesmo irregular e precariamente, como sempre – quando estiver mais próximo da campanha eleitoral, quando pretende eleger e colocar em sua cadeira o primeiro sobrinho Tales Waquim (PMDB). Os mais esclarecidos acreditam que a prefeita tem proteção da justiça e, por isto, não adianta denunciá-la. Socorro Waquim, apesar de responder a mais de meia centena de processos e de ter pago débitos previdenciários com cheque sem fundos, chegou a ser homenageada com a Medalha do Mérito da Justiça do Trabalho, em São Luis.  
O chefe do Ministério Público local, promotor Eduardo Borges, experimentou o poder da prefeita quando lhe moveu uma ação – pedindo seu afastamento do cargo – exatamente por causa do atraso de salários desde o ano de 2010. A prefeita e sua secretária de Educação, a irmã caçula Suely Almeida, não explicou ao promotor aonde enfiaram mais de R$ 60 milhões que receberam do Fundeb em 2010. No final o Tribunal de Justiça do Maranhão ignorou o desvio de verba e simplesmente alegou “interdependência dos poderes” para não punir a prefeita timonense.
Os políticos da oposição local acham que esta “interdependência de poderes” que só funciona na Justiça do Maranhão custou mais de 11 mil votos de humildes timonenses que a prefeita deu para o genro da desembargadora Nelma Sarney, o bem eleito deputado Edilásio Júnior.
Dezembro gordo
As verbas do governo federal (Fundeb e FPM) continuaram chegando farta, o mesmo ocorrendo com o ICMS, que é repassado pelo governo estadual da correligionária Roseana Sarney (PMDB). Em dezembro a arrecadação mais que dobrou e, mesmo assim, ao invés de pagar os atrasados a prefeita fez foi demitir os famintos servidores. Somente do Fundeb a prefeita recebeu R$ 7 milhões e 600 mil; R$ 8 milhões e 900 mil do FPM ; e mais de R$ 1 milhão do ICMS. No decorrer de 2011, a prefeita recebeu mais de R$ 154 milhões somente para pagar pessoal e custear a máquina. Sem contar outro tanto que recebeu para fazer estradas, casas, asfalto, calçamento, redes de água e esgoto e muito dinheiro pra saúde. Foi até agraciada, no início do ano, exatamente no dia 05 de janeiro, com uma “verbinha” extra de R$ 5 milhões pra saúde.

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